Quarentena Assintomática – XXV
Autor: Jorge Castro
UM DIA DE COVID NA PRAIA
Fontes geralmente desinformadas confidenciaram-me que o covidamento nas praias vai ser assim:
1 – Cada autarquia que contenha espaços balneares vai providenciar a divisão do areal em talhões numerados.
2 – Serão estabelecidas bancas, protegidas por forças policiais, numa entrada determinada de cada praia, que fornecerão as senhas de acesso para cada cidadão, a partir das 8 horas da manhã.
2.1 – Admite-se que as autarquias mais pobres permitam o acesso gratuito, enquanto as mais abonadas (Cascais, Oeiras, etc.,) possam vir a cobrar até 500 € por pessoa, a determinar pela autarquia, como fundo a reverter a favor da aquisição de luvas e de máscaras para os pobrezinhos do respectivo concelho.
2.2 – Também competirá às autarquias a definição de preços diferenciados consoante o talhão se encontre mais próximo ou mais afastado do mar e da hora do dia.
3 – Quando todos os talhões estiverem preenchidos, os restantes interessados ficam em fila de espera.
4 – Sempre que um cidadão abandonar a praia, devolve a sua senha e será anunciado em altifalantes para o efeito qualquer coisa como: – Tendo abandonado o espaço balnear o cidadão com a senha 73, chamamos o cidadão com a senha 478, que poderá ocupar o talhão 95, junto ao mar… Deve acautelar os seus pertences, pois a maré está a encher…
5 – Quem tiver crianças deverá requerer uma senha específica para espaços (talhões) destinados a fazer castelos na areia.
6 – Almoços na praia com mais de duas pessoas em talhões contíguos estão interditos.
7 – Haverá funcionários de praia que permitirão o acesso aos banhos de mar em grupos de um máximo de 10 pessoas de cada vez, devidamente distanciados por cerca de 15 metros entre cada participante.
7.1 – É absolutamente interdito urinar no mar por óbvios riscos de contágio.
8 – É obrigatório o uso de máscara e de luvas durante o tempo de ocupação balnear.
8.1 – No final da época, haverá um concurso de caras marcadas pela máscara, sendo atribuído um prémio especial, a nível nacional, a quem ficar mais parecido com um guaxinim.
- Jorge Castro – 23 de Abril de 2020
25 Abril, 2020
Muito bom! A República covidependente da praia… Esperemos que os raios UV fulminem todas as ideias deste calibre…