Graças à oferta generosa de Fernando Lopes, a nossa sede ficará enriquecida com as duas imagens do património oeirense, que mostramos a seguir, imagens datadas da década de 50 do século passado.
As imagens originais, muito perturbadas pelo passar do tempo, foram excelentemente recuperadas pela empresa Maribel, de Oeiras.
Forte de São Lourenço da Cabeça Seca – Farol do Bugio
Numa iniciativa da Casa de Goa, com organização e curadoria do nosso associado João Coutinho (Dino), e à qual a Espaço e Memória se associa e nela também participa, divulgamos a respectiva programação, que se estende de 04 de Junho a 09 de Julho.
Para além do interesse que toda a programação anuncia, referimos a participação da Espaço e Memória, que ocorrerá no dia 08 de Julho, e que contará com a presença de José Meco, Jorge Castro e Joaquim Boiça.
Inicialmente publicado no «Duas Linhas» e com a autorização do autor, apresentamos este texto do Professor José d’Encarnação, com um tema muito ligado à nossa recente viagem a Mértola e que, decerto, será do vosso agrado.
OS ROMANOS ENTRE NÓS
Há sempre uma surpresa ali à esquina
Impressionou-me – e já várias vezes o referi – a resposta que mui conceituado investigador me deu, quando dele me abeirei a solicitar sugestões para o estudo dos vestígios romanos em Cascais. Era eu um jovem universitário que, nesse ano lectivo de 1965-1966, ousara pensar na hipótese de fazer um trabalho prático para a cadeira de Arqueologia, uma síntese do que então se conhecia acerca do que os Romanos haviam deixado no território cascalense.
– Mas sobre a arqueologia em Cascais está já tudo feito, menino!
Não afianço ter sido essa a frase e creio que ‘menino’ não era, não, termo que o senhor utilizasse. Fiquei ciente.
E dessa reunião na Pastelaria Versailles saí, como sói dizer-se, com o rabinho entre as pernas, desconsolado em parte, renitente, por outro lado, nessa vontade de ser teimoso. Fui. O meu professor também aceitou o repto e, afinal, lá consegui demonstrar que não, que havia ainda algo a descobrir.
Quando, no passado dia 12 deste mês de Maio do ano da graça de 2023, estive no Museu de Mértola, tanto eu como o catedrático com quem trabalhei na Universidade de Coimbra olhámos um para o outro e confessámos: «Há 30 anos, quem diria que ainda tanto havia para descobrir!…».
Mértola
E a confissão surgira já no dia anterior quando a doutora Inês Vaz Pinto mostrou o que encontrara em Tróia: uma sepultura romana com nichos laterais ocupados por oferendas ainda intactas! Quem o diria, após tantos anos de trabalhos arqueológicos neste que é um dos sítios arqueológicos há séculos conhecidos e estudados! Uma sepultura intacta e com essas características! «Inês», dissemos-lhe, «publica já essa maravilha!».
Maravilha outra foi a que se encontrou em Mértola. Já se deu a conhecer há tempos na Comunicação Social, mas nunca será de mais recordar que, assim aquase por desfastio, o pessoal do Campo Arqueológico de Mértola aceitou ir fazer sondagens de emergência numa casa que ia ser intervencionada. Nada de novo ali se encontraria, decerto, que muito já em Mértola se descobrira.
E o inesperado aconteceu: num buraco, há que séculos haviam escondido estátuas romanas?! Cortaram-lhes as cabeças, como era da praxe, partiram-lhes as pernas, não fossem elas ainda ganharem alma e fugirem, e botaram-nas prá cova!
De olhos esbugalhados, os arqueólogos nem queriam acreditar! E, na verdade, não havia motivo para menos!
Delas se apresenta aqui a imagem de uma, a mais vistosa, seguramente representando o imperador Augusto, o primeiro imperador romano, em seu faustoso traje militar! Tinha-se uma ideia de que imperador era imperador e gostava de se engalanar. Já tal se vira noutras representações. Mas vê-lo agora ressurgir aqui, assim, de farda cheia de baixos-relevos, qual general de agora de peito a impar de condecorações, era… milagre!
Por enquanto, ainda nem se ousou tocar-lhe, que só com todo o cuidado e muita sabedoria se há-de retirar a pátina de que se reveste o mármore de Estremoz / Vila Viçosa tantos séculos enterrado! Contudo, quando essa e as outras estátuas forem levantadas e, em glória, mostradas ao público, então se verá melhor o seu esplendor!
Se amiúde se recomenda «Nunca digas desta água não beberei!», também nas lides arqueológicas cada vez mais estamos conscientes de que jamais está tudo posto a descoberto!
DIA 17 de Junho, sábado, 16H00 – Casa da Malta | Livros e autores Apresentação do livro Economia Política das Alterações Climáticas e encontro com o autor, Guilherme Statter, em conversa com Joaquim Boiça.
Sinopse: – Neste livro, para além de uma breve sinopse das diversas ciências relevantes para o estudo da evolução dos climas terrestres, o autor sugere a discussão das razões sociais e económicas que levaram à descoberta das alterações climáticas e seu aproveitamento como uma nova, diversificada e gigantesca oportunidade de negócios. Tudo em nome da salvação do Planeta. Ou da civilização «tal como a conhecemos.» (o livro estará disponível na sessão).
Esta iniciativa conta com o apoio da Câmara Municipal de Oeiras.
DIA 05 de Junho, segunda-feira, 18H00 – Casa da Malta |
Temas e Debates – Geomonumentos e Musealização da Paisagem, com Galopim de Carvalho e conversa moderada por Joaquim Boiça e Fátima Camilo.
Esta iniciativa conta com o apoio da Câmara Municipal de Oeiras.
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2023-06-02 – Homenagem a João Batista Coelho, na Biblioteca Municipal de São Domingos de Rana, com exposição «Nas Entrelinhas outras linhas», organizada por Ana Camilo. Esta exposição estará patente ao público até 14 de Junho.
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da autoria de José d’Encarnação»
27 e 28 de Maio de 2023
– em imagens para memória futura
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2022