Da Máscara como Memória
Texto e recolha de imagem da autoria de Guilherme Cardoso
Das máscaras de todos os tempos e de todos os tipos: teatrais, funerárias, apotropaicas e de festividades.
Plínio (23 d.C. – 79 d.C.) referia-se aos retratos de família nos seguintes termos:
«Nos átrios dos nossos ancestrais era diferente; os retratos eram os objectos apresentados para serem observados, não eram estátuas de artistas estrangeiros, nem bronzes ou mármores, mas modelos em cera dos rostos que eram colocados cada um numa prateleira diferente para fornecer as máscaras que eram usadas na procissão feita durante um funeral de um membro da família, e sempre que um familiar falecia todos os membros que existiram da gens estavam presentes. As linhagens eram também traçadas com fios de corda que ligavam os vários retratos pintados. Nas salas de arquivo guardavam-se livros com registos e com os memoriais escritos das suas carreiras oficiais (…)»
Plínio, HN, IX, XXXIII-XXXV
Ainda segundo Plínio, na Grécia Na Grécia «Não era costume fazer efígies de seres humanos a não ser que eles merecessem uma comemoração duradoura por alguma razão distinta, estando em primeiro lugar a vitória nos jogos sagrados e particularmente os de Olímpia, onde havia o costume de dedicar estátuas a todos aqueles que haviam ganho uma competição; essas estátuas no caso daqueles que aí haviam ganho três vezes, eram modeladas à exacta semelhança dos vencedores – recebendo o nome de iconicae [εικωυ,εικωυικος], estátuas retrato. Antes acredito que as primeiras estátuas retrato oficialmente erigidas em Atenas foram as dos tiranicidas Harmodius e Aristogeiton».
PLÍNIO, HN, Livro XXXIV (IX, 16-17)
Máscara romana em terracota da villa romana do Alto do Cidreira
Fotografia Guilherme Cardoso
Guilherme Cardoso, 02-07-2020 (https://www.facebook.com/guilherme.cardoso1?epa=SEARCH_BOX)
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