Posts made in 2022


Conforme anteriormente anunciado, no próximo dia 04 de Junho de 2022, no seguimento do IV Módulo do Curso Mulheres na História, sob coordenação de Manuel Dias Duarte e que decorrerá da parte da manhã (a partir das 9h30), seguir-se-á, da parte da tarde e com início pelas 15h30, um Colóquio também subordinado ao tema Mulheres na História e com a programação que a seguir se indica:

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Autora: Ana Teixeira Gaspar

Até ao século XIX as crianças eram muito pouco chamadas à vida pública das famílias. Raramente apareciam nos retratos familiares e só quando cresciam lhes davam alguma importância.
Ora, Sebastião José de Carvalho e Melo, o primeiro conde de Oeiras e marquês de Pombal, como bem sabemos, viveu alguns anos em Londres e Viena, daí ser apelidado de “estrangeirado”, impulsionando costumes que, para a época no nosso país, eram bastante avançados.
A família Pombal no seu tempo era diferente da restante aristocracia. Convivia com estrangeiros, e no que diz respeito às crianças é interessante verificar alguns aspectos inovadores, aqui praticados pelo casal constituído por Maria Amália Eva de Carvalho Daun, a filha mais nova dos primeiros marqueses de Pombal, e João de Saldanha, morgado de Oliveira e de Barcarena e futuro conde de Rio Maior.
A 12 de setembro de 1789, João de Saldanha escreve ao seu cunhado, Henrique José – o 2.º marquês de Pombal -, descrevendo o quotidiano familiar na Quinta da Granja, em Sintra, propriedade deste último. Como este casal possuía bastantes filhos (ao todo tiveram 11 filhos, um dos quais foi o marechal Saldanha), os passeios eram dados por grupos consoante as idades, o que é verdadeiramente significativo da relevância dada às crianças pelo casal: “Quanto a nós a vida que se faz é a que tu nos ensinaste quando nos anos passados nos tinhas aqui de assento (…) Pouco depois [do almoço] vamos ao passeio e este é dividido em três ranchos porque os tamanhos dos filhos assim o pedem; na volta como as noites são compridas também se levam a ler” (Biblioteca Nacional, Colecção Pombalina, PBA 707, fl. 30 e 30V).
Passear as crianças, em vez de as deixar ao cuidado das amas, já era bastante inovador, agora diversificar os passeios de acordo com as idades, isso é, do nosso ponto de vista, completamente extraordinário.
O embaixador francês Marc-Marie, marquês de Bombelles, durante a sua estada em Portugal, foi visita regular da família Pombal e, a dada altura, desloca-se a casa dos morgados de Oliveira, para cumprimentar D. Maria Amália, ainda convalescente de parto recente. É recebido pela filha mais velha da parturiente, de 11 ou 12 anos, que faz de anfitriã, substituindo a mãe que, de acordo com a prática de então, não podia ainda sair do quarto. A jovem vai cantar uma ária italiana, sendo acompanhada por um negro de Angola, que dança para divertimento dos presentes (Marquis de Bombelles, Journal d’un Ambassadeur de France au Portugal (1786-1788), p. 34), o que, tendo em conta os costumes da época, em que as meninas só podiam sair de casa ou estar na presença do sexo masculino, se acompanhadas pelas mães, é verdadeiramente extraordinário e revelador de uma atitude de grande modernidade. É também Bombelles que, no seu diário, refere ser a família Pombal das raras famílias da aristocracia portuguesa a conviver com estrangeiros, frequentando as festas que estes davam, exemplificando com uma festa dada pelo embaixador inglês, Walpole, em que a maioria dos aristocratas portugueses recusou os convites, contando-se a família Pombal entre as raras excepções (idem, p. 305).
Assim, podemos concluir que a família Pombal foi verdadeiramente inovadora e moderna no que diz respeito à forma como as suas crianças eram tratadas.


Ana Teixeira Gaspar

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Como habitualmente, decorrerá amanhã, dia 27 de Maio, pelas 21h15, na Biblioteca Operária Oeirense, uma iniciativa em torno da poesia, a que a Espaço e Memória se associa.

Venha, traga um amigo e uma bebida ou qualquer coisa que faça as vezes de um croquete ou similar – pois haverá ceia – e junte-se a quantos acreditam que «a poesia é uma arma carregada de futuro» (G. Celaya).

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Vamos dar início aos nossos TEMAS E DEBATES NA CASA DA MALTA, que decorrerão no Auditório da nossa sede, na terceira terça-feira de cada mês, pelas 18 horas, com entrada livre.

Esta primeira sessão, que ocorrerá no dia 17 de Maio, contará com a presença de Margarida Farrajota que nos falará sobre A Chegada e a Memória da Presença Portuguesa no Japão.

Legenda da imagem: Carraca portuguesa no porto de Nagasaki (Biombo Namban – Kano-Naizen, 1570-1616)

Seguir-se-á um debate sob coordenação de Joaquim Boiça e José Meco, que propõem como tema:

A Preservação, Valorização e Conhecimento da Memória Portuguesa no Mundo.

Contamos com a vossa presença e participação.

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