Posted By on Mar 22, 2024

O Correio da Linha esteve na Espaço e Memória

EMACO


O Correio da Linha esteve na Espaço e Memória

18 Março 2024 EDIÇÃO ESPECIAL DO 26º ANIVERSÁRIO O CORREIO DA LINHA

Associação Espaço e Memória tem 20 anos de existência

A Espaço e Memória, Associação Cultural de Oeiras, que comemora 20 anos de existência, é uma associação sem fins lucrativos, que tem como objetivos, a investigação e divulgação da história local de Oeiras, do seu património e cultura, e nesse sentido tem realizado cursos, conferências, palestras, tertúlias, publicações, visitas guiadas, passeios culturais, entre outras iniciativas.

Sobre a criação e atividade desta Associação Cultural, “O Correio da Linha” falou com Joaquim Boiça, presidente da Direção.

Correio da Linha – Como é que nasceu a Espaço e Memória?

Joaquim Boiça – Isto começou com 40 carolas, em que alguns eram os maiores carolas, o José Meco, Jorge Miranda, Luís Silva e eu, que demos o suporte inicial à Associação, entre 2004 e 2005, e o que nos movia na altura era essencialmente o mesmo que nos mantém ativos, tínhamos a consciência plena de que o movimento associativo de base cultural estava fragilizado, mas aqui tínhamos a vantagem de haver contactos com a Câmara de Oeiras, o que nos fazia prever que a esse nível podíamos ter um suporte que noutros concelhos não existe, assim como uma base humana de qualidade, porque além de tudo havia vontade, e esses cerca de 40 sócios iniciais davam lastro para que isso se conseguisse. Começamos do nada, como todas estas associações começam, sem sede, reuníamos num café, a sede oficial era a casa de Jorge Miranda, e tínhamos alguns projetos mobilizadores, relacionados com a história local e património, que deviam ser cruzados com o regional tanto quanto fosse possível.

Um desses projetos foi lançado mas nunca foi levado à prática, que era o mais arrojado deles todos, foi apresentado à Câmara de Oeiras, numa base ainda de estudo, com uma referenciação orçamental. Era algo que em termos do País, seria uma inovação, aproveitaria os recursos da net, que nessa altura estavam no início, estamos a falar em 2005, tratava-se da criação de um Dicionário Local na net. Criámos as grelhas gerais de referência, era um projeto muito ambicioso que permitiria a Oeiras ser o primeiro concelho no País a ter uma base de dados sobre a sua história e património.

CL – Mas há projetos com sucesso…

JB – Tínhamos outros projetos e o que teve mais êxito e visibilidade, foi a realização, todos os anos, de palestras, na rua, sobre a história de Oeiras, tendo em cada ano um tema central, que mobilizasse pessoas que tivessem informação sobre Oeiras e as apresentassem na rua, esses, Diálogos das Noites de Verão, foram realizados durante vários anos.

CL – Lembro-me de se realizarem visitas ao Farol Bugio, também tiveram êxito?

JB – Essas visitas começaram sensivelmente na mesma altura que os Diálogos das Noites de Verão, eram visitas regulares, designadas, Caminhos da Memória, e se com os Diálogos procurávamos o conhecimento sobre a história e património local, os Caminhos da Memória levavam a conhecer o património, todos nos empenhamos nessas iniciativas, o José Meco, eu, o Jorge Miranda, e mais uns quantos, tendo as visitas ao Bugio estado sempre preenchidas com muitas pessoas interessadas.

Os Diálogos foram feitos durante 17 anos, com cerca de 140 contributos para a história e património de Oeiras.

Fizemos iniciativas fora do concelho, por exemplo, em colaboração com a Câmara de Cascais, o primeiro Encontro Nacional de Museologia Marítima, mas isto é apenas uma abordagem muito genérica da nossa atividade.

CL – Mas nós queremos saber que mais têm feito ou pretendem fazer.

JB – Para além disto há as atividades correntes, temos um plano de atividades com regularidade ao longo do ano, por exemplo, este ano estamos focados nos 50 anos do 25 de Abril e nos nossos 20 anos. Quanto ao 25 de Abril, apresentámos um plano à Câmara, de que aguardamos parecer, e esperamos que seja rápido, porque há coisas que têm a ver com a qualidade final da realização, uma vez que temos previstas exposições ao longo do ano, quatro grande colóquios, há parcerias já estabelecidas com associações locais e com a Associação 25 de Abril, e portanto esta iniciativa será tanto ou mais bem sucedida, consoante a nossa capacidade de aceder a espaços, e de obter junto da Câmara os apoios indispensáveis.

Uma das iniciativas, é um grande mural de homenagem a João Abel Manta, que mora em Oeiras e tem já uma idade avançada, que seria a homenagem ao que foi o imaginário de Abril.

Temos também prevista uma exposição de fotografias inéditas do dia 25 de Abril e está prevista a publicação de um catálogo da exposição.

CL – Estiveram muito tempo sem uma sede?

JB – Desde o início que tivemos a perceção de que para a Associação evoluir, precisávamos de ter uma sede que fosse um espaço para sócios e iniciativas, mas isso levou muitos anos. Quando estivemos no Bairro do Pombal, era uma sede meramente de trabalho, e há quatro anos viemos para a atual, e estamos gratos à Câmara Municipal de Oeiras por passarmos a ter estas condições.

Voltando ao princípio, a Associação funciona na base da carolice, somos uma Direção muito solidária que acaba por funcionar em torno de uma amizade, que se vai construindo, e agora com melhores condições, porque não só temos espaço como um protocolo com a Câmara de Oeiras, permite, do ponto de vista orçamental, não termos medo avançar com as iniciativas, por ter que se estar muito tempo a reunir condições.

Com estas instalações começamos a diversificar as nossas atividades, devido a termos um salão, que partilhamos com outra associação. Criámos áreas específicas de trabalho, por exemplo, por iniciativa da Fátima, temos o Clube de Leitura, que já tem cerca de 40 membros. Temos também um Centro de Estudos da Paisagem Cultural do Estuário de Tejo, que queremos que seja um centro UNESCO, para o que faremos a candidatura.

Cl – É mesmo muito grande o impacto deste espaço na vida da Associação?

JB – Este espaço foi para nós algo que é muito importante, uma vez que nos permite uma resposta mais rápida na realização das nossas iniciativas, mas veio numa altura má, porque apareceu logo a seguir a pandemia, agora estamos a ganhar balanço. A Câmara esteve muito bem nessa altura da pandemia, porque manteve os apoios às associações, e nós tivemos que nos reinventar, fizemos coisas online, fizemos edições da revista, etc.

CL – Podemos dizer que apesar de alguns contratempos a Espaço e Memória continua em força?

JB – Está consolidada, contamos com cerca de 350 sócios, que é uma boa base, mas não temos conseguido rejuvenescer, alargámos as nossas relações, temos, por exemplo, um protocolo com a Escola Marquês de Pombal, uma proposta que veio da parte deles, um projeto educativo, “Oeiras Voltada ao Mar”, em que nós colaboramos e vamos ter aqui uma exposição brevemente. Hoje temos capacidade para responder aos desafios que nos sejam colocados.

Texto: Alexandre Gonçalves

 Fotos: Paulo Rodrigues

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