Posted By on Dez 9, 2024

Livros e Autores na Casa da Malta, com Rui Casal Ribeiro e Luís Pedro Cruz e o livro «Teatro de Deus»

EMACO


Livros e Autores na Casa da Malta, com Rui Casal Ribeiro e Luís Pedro Cruz e o livro «Teatro de Deus»

Terá lugar, no próximo dia 14 de Dezembro, pelas 16 horas, na Casa da Malta a apresentação do livro «O Teatro de Deus», da autoria de Rui Casal Ribeiro (poemas ) e de Luís Pedro Cruz (desenhos), no dia 14 de Dezembro, pelas 16 horas, na Casa da Malta.

Breve apontamento em jeito de sinopse:

«Sempre quis escrever sobre desenhos de Luís Pedro Cruz. E, neste caso, tudo começou por um só desenho – e o tema. Estava lá tudo: mais do que a imagem, o traço acentuava irremediavelmente o sofrimento de um homem na sua representação do mundo: pela agressividade da imagem, pela agulha do traço, pelo sangue da palavra como sugestão e complemento desta expressão final a duas mãos; enfim, como um secreto fascínio na criação de um pequeno inferno para alcançar o paraíso. O Verbo e a Carne num só corpo, isto é, palavra e imagem de mãos dadas a caminho da cruz.»

A apresentação conta com um vídeo concebido por Pedro Sàágua que introduz o livro recorrendo a figurações onde participaram antigos residentes do Bairro das Caixas, localizado na Parede (onde vivi grande parte da minha vida), juntamente com filhos e amigos dos filhos. As representações surgem intercaladas entre os desenhos de cada poema e incidem em algumas das ilustrações. O vídeo tem acompanhamento musical de António Martins, e, ao vivo, durante a apresentação, haverá a leitura de alguns dos poemas.

Conforme nos relata Luís Pedro Cruz:

Este livro, no fundo é um livro adiado, não propriamente pelo tema, mas pela interação do desenho com a escrita – ou seja, primeiro surgem os desenhos e, a partir destes, os poemas –  que foi uma prática iniciada na Parede, há mais de quarenta anos, entre um grupo de amigos, onde eu me incluía (a maior parte do Bairro das Caixas), que, por um tempo, viveram juntos numa casa na rua Dr. António Granjo (casa do apresentador de televisão, Jorge Alves, que então já falecera, mas o seu filho mais novo, Rui Alves (baterista), integrava o grupo e estava aí a viver) e que, por momentos, se dedicaram à atividade artística produzindo, em série, desenhos, pinturas, poemas, música, etc., sem que na altura tivessem publicado nada, e é por isso que se trata de um projeto adiado.

O Rui Casal Ribeiro pertence à família dos catorze (catorze irmãos), que vivia nessa rua, e conheço-o desde miúdo, aliás ele dava-se com a malta do Bairro sobretudo com o Zé Mendes (poeta/jornalista). Nessa altura, através da fotografia e do desenho, explorámos o corpo e a sua relação com o espaço, tema que acaba por ser recuperado no livro e, sobretudo, nas figurações que resultam da reinterpretação dos desenhos. Nas filmagens, participam pais (Sérgio Rodrigues e Rui Casal Ribeiro), filhos (Francisco Rodrigues e Filipe Casal Ribeiro) e amigos dos filhos (Melissa Nogueira), e, mais uma vez, há malta do Bairro entre os velhos (Sérgio Rodrigues e Luís Pedro Cruz). Este último, além de ser um dos figurantes, concebeu a estrutura do vídeo, imaginou cada um dos quadros vivos e foi o responsável por pôr toda esta gente a mexer.

Sobre os desenhos, eu quis fazer diferente do que normalmente faço: tentei libertar-me da linha e, assim, fazer menos desenho e mais mancha.  Independentemente da opção tomada, o fascínio pela arte religiosa está presente e o tema, além de forte, é sedutor porque reflete a vida de todos nós, que nascemos, morremos, temos amigos e família que valorizamos, somos julgados, crucificados, caímos e levantamo-nos não uma, mas várias vezes ao longo da vida.

A apresentação inclui todos os desenhos do livro, com o respetivo título e um verso do poema, associado a cada imagem, lidos em voz off pelo Pedro Sàágua, autor das filmagens e concepção do vídeo. Entre as catorze estações, nomeadamente em 6 delas (Jesus é condenado à morte; Jesus carrega a cruz às costas; Terceira queda de Jesus; Jesus é despojado das suas vestes; Crucificação: Jesus é pregado na cruz; Jesus é descido da cruz) surgem as “figurações” onde a última imagem de cada sequência sintetiza o desenho que originou as filmagens e é nessa altura que se declama o poema ao vivo. Além destes momentos há mais dois cujos poemas serão também lidos ao vivo: – um que corresponde a uma das Estações (Jesus encontra Maria, sua mãe), mas nesta não há figuração, e o outro, alusivo a um tema não incluído nas Estações, o da “Pietá”. Esta leitura será feita durante a projeção do vídeo

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