No dia 26 de Janeiro de 2023, foi agraciado pela Presidência da República com a Comenda da Ordem de Mérito o Vice-Presidente e eminente colaborador da nossa Associação desde a primeira hora, Professor José Meco.
Esta distinção, a todos os títulos merecida e a que dirigimos o nosso claro aplauso, desde logo ao agraciado, não pode deixar de nos regozijar, enquanto associação cultural, por poder contar entre os seus associados com uma figura que, também assim, reforça o seu estatuto como figura da Cultura, com reconhecimento e estatuto institucionais.
Joaquim Boiça com José Meco, já Comendador, após a cerimóniaRead More
A nossa associada Rosário Rodrigues faleceu. Uma amiga grande mas ternura, doce mas indómita, onde, sim, morava a utopia. A utopia lúcida, serena e inquebrantável. A utopia que nos faz falta e que nos alimenta. O futuro nela era sempre o momento presente. E o nosso Abril está hoje de luto. Saibamos celebrar e ser dignos do seu exemplo e que a sua memória nos inspire. (Jorge Castro)
Exemplo maior de activista, integrava também os Corpos Sociais da Associação 25 de Abril. Dela deixamos a nota de Vasco Lourenço, divulgada pela A25A, com a qual estamos solidários:
«A Associação 25 de Abril continua a ver partir alguns dos seus associados.
É com profundo desgosto que comunicamos o falecimento da Maria do Rosário Freitas Rodrigues, membro suplente da Direcção da A25A.
Isso torna-nos mais pobres, mas obriga-nos a reforçar os nossos esforços, para que a nossa Associação 25 de Abril continue na luta por manter Portugal com uma sociedade Livre, em Paz, mais Justa e Democrática.
Foi essa, desde há muitos anos, a luta permanente em que a Maria do Rosário se envolveu, numa extraordinária militância, pelos valores de Abril. É essa a promessa que lhe fazemos, no momento da sua partida.
Tendo uma intensa actividade no campo social, a Maria do Rosário nunca esmoreceu ou poupou esforços para, junto dos jovens, seu espaço preferido de intervenção, proclamar e pugnar pela actividade cívica, em prol do colectivo. “Temos de ajudar os jovens a abrir os olhos, a não se deixarem manipular, sendo fundamental incentivá-los à participação, na defesa dos seus interesses e valores”, foi um lema que sempre praticou, com alguns sucessos, que sempre a empolgaram.
Idealista, por vezes pouco realista quanto às nossas capacidades, nomeadamente no que se refere à obtenção de resultados, com a partida da Maria do Rosário, parte também alguma da utopia que tão necessária é para que o ser humano se realize e alcance a Felicidade.
Em nome da Associação 25 de Abril, quero manifestar o nosso reconhecimento à Maria do Rosário, pela sua entrega e a sua dádiva.
Bem hajas, cara Amiga!
Aos seus familiares, nomeadamente a sua filha Inês e aos seus irmãos Laura, Graça, Isabel, Carlos, José Eduardo, Teresa e João, tal como aos seus amigos, as nossas sinceras e profundas condolências e a nossa total solidariedade.
Até sempre, cara Rosário!
Um beijinho, grande e muito Amigo, de Abril
Vasco Lourenço
P. S.
O corpo da Maria do Rosário estará na igreja de Almada, a partir das 17.00 horas do dia 19 de Dezembro.
No dia 20, às 10.00 horas, depois de uma pequena cerimónia religiosa às 09.30 horas, o corpo partirá para o cemitério de Vale Flores, onde será cremado às 11.00 horas.»
A MAPA e a Espaço e Memória celebraram, no passado dia 27 de Novembro, em Oeiras, Adriano Correia de Oliveira, pelas mãos e sentires de João Paulo Oliveira e Jorge Castro. No auditório da Casa da Malta muito confortavelmente preenchido, teve, então, lugar mais essa homenagem… porque nunca serão demais. E tal como encerra o texto de Samuel Quedas que foi apresentado também nesta celebração, diremos: Que viva o Adriano! Sempre!
A pedido, aqui se publica o poema da autoria de Jorge Castro e dedicado a Adriano, com que foi encerrada a sessão:
ao Adriano
não sei cantar para ti como cantaste numa noite coimbrã de fogo aceso corações eles foram tantos os que tocaste tal o meu também voando estando preso
vens de um tempo de afrontas sufocadas de grilhões prendendo mãos e pensamento nesse tempo em que ao som de guitarradas descobrimos ser tão livres como o vento
era um tempo de combate e as duras pedras já cantavam na tão velha escadaria era negra-negra a noite e as capas negras mas em cada olhar a esperança renascia
na denúncia do algoz soltando amarras como arauto no combate à força bruta a tua voz na plangência das guitarras ia unindo a alma e o corpo à mesma luta
era de Maio a cor que então cantavas ou de Abril naquele Inverno descontente e o calor de rubras flores com que voavas era o azul de um novo céu de nova gente
eram cores e sons de Abril que já trazias num assombro de poesias perturbadas e cantavas naus giestas e alegrias que fazias ser em nós gume de espadas
à razão deste voz que não se guarda pressentindo um pulsar que se inquieta foste o canto a arma e a mão que não se atarda o percurso firme e tenso de uma seta
ao canto deste a vida e foste esperança conjugaste em tom diverso o verbo dar e adivinho o Adriano na criança que ali corre vida fora junto ao mar
porque somos apenas de terra e barro já partiste irmão maior mas entretanto se nas cinzas se amortalha o teu cigarro fica em nós presente o grito do teu canto.
Numa parceria entre a MAPA – Associação Cultural e a Espaço e Memória – Associação Cultural de Oeiras, No ano em que passam 40 anos sobre a sua morte e 80 sobre o seu nascimento, realizaremos uma sessão evocativa e de homenagem a Adriano Correia de Oliveira.
Esta sessão terá lugar na nossa sede (Rua dos Lagares da Quinta – Casa da Malta, em Oeiras), no próximo dia 27 de Novembro (domingo), com início às 17 horas, e contará com a presença de João Paulo Oliveira (canto) e Jorge Castro (poesia).
(Porto, 9 de abril de 1942 — Avintes, 16 de outubro de 1982)
Biografia de Adriano Correia de Oliveira (in https://pt.wikipedia.org/wiki/Adriano_Correia_de_Oliveira)
Biografia Filho de Joaquim Gomes de Oliveira e da sua mulher, Laura Correia, Adriano mudou-se para Avintes ainda com poucos meses de vida. Criado numa família profundamente católica, a infância de Adriano Correia de Oliveira é marcada pelo ambiente que descreverá mais tarde como «marcadamente rural, entre videiras, cães domésticos e belas alamedas arborizadas com vista para o rio [Douro]».
Após concluir os estudos secundários, no Liceu Alexandre Herculano, no Porto, Adriano Correia de Oliveira matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, em 1959. Durante os anos passados em Coimbra, tem uma intensíssima participação no meio cultural e desportivo ligado à academia. Viveu na Real República Ras-Teparta, foi solista no Orfeon Académico, membro do Grupo Universitário de Danças e Cantares, ator no CITAC, guitarrista no Conjunto Ligeiro da Tuna Académica e jogador de voleibol na Briosa.
Na década de 1960 adere ao Partido Comunista Português, envolvendo-se nas greves académicas de 62, contra o salazarismo. Nesse ano foi candidato à Associação Académica de Coimbra, numa lista apoiada pelo MUD.
Data de 1963 o seu primeiro EP, Fados de Coimbra. Acompanhado por António Portugal e Rui Pato, o álbum continha a interpretação de Trova do vento que passa, poema de Manuel Alegre, que se tornaria uma espécie de hino da resistência dos estudantes à ditadura. Em 1967 gravou o álbum Adriano Correia de Oliveira, que, entre outras canções, tinha Canção com lágrimas.
Em 1966 casa-se com Maria Matilde de Lemos de Figueiredo Leite, filha do médico António Manuel Vieira de Figueiredo Leite (Coimbra, Taveiro, 11 de outubro de 1917 – Coimbra, 22 de março de 2000) e da sua mulher Maria Margarida de Seixas Nogueira de Lemos (Salsete, São Tomé, 13 de junho de 1923), depois casada com Carlos Acosta. O casal, que mais tarde se separaria, veio a ter dois filhos: Isabel, nascida em 1967 e José Manuel, nascido em 1971.
Chamado a cumprir o Serviço Militar, em 1967, Adriano Correia de Oliveira ficaria a uma disciplina de se formar em Direito. Ainda em 1969 vê editado o álbum O Canto e as Armas, revelando, de novo, vários poemas de Manuel Alegre. Pela sua obra recebe, no mesmo ano, o Prémio Pozal Domingues. Lança Cantaremos, em 1970, e Gente d’aqui e de agora, em 1971, este último com o primeiro arranjo, como maestro, de José Calvário, e composição de José Niza.
Em 1970, já licenciado da tropa, decide trocar Coimbra por Lisboa, e vai exercer funções no Gabinete de Imprensa da FIL – Feira Industrial de Lisboa, até 1974. Em 1973 lança Fados de Coimbra, em disco, e funda a Editora Edicta, com Carlos Vargas, para se tornar produtor na Orfeu, em 1974.
Com a Revolução dos Cravos, Adriano Correia de Oliveira está entre os fundadores da Cooperativa Cantabril. Em liberdade, esteve envolvido na organização de centenas de iniciativas do PCP em todo o país, nas quais tocou. Integra o Comité Organizador da Festa do Avante! do PCP desde a primeira edição, ao qual pertenceria até à sua morte.[1]
Em 1975 lança Que nunca mais, onde se inclui o tema Tejo que levas as águas. A revista inglesa Music Week elege-o Artista do Ano. Em 1980 lançaria o seu último álbum, Cantigas Portuguesas, ingressando no ano seguinte na Cooperativa Era Nova, em rutura com a Cantabril.
Vítima de uma hemorragia esofágica, morreu na quinta da família, em Avintes, nos braços da sua mãe.
Reconhecimento A 24 de setembro de 1983 foi feito Comendador da Ordem da Liberdade e a 24 de abril de 1994 foi feito Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, ambas as condecorações a título póstumo.[2]
Lisboa, Avintes, Charneca da Caparica, Vila Nova de Gaia, Samora Correia, Almada, Barreiro, Grândola, Montijo e Fânzeres (concelho de Gondomar) são algumas das localidades portuguesas em que o seu nome faz parte da toponímia. [3]
Discografia:
Álbuns 1967 – Adriano Correia de Oliveira (LP, Orfeu, XYZ 104) 1969 – O Canto e as Armas (LP, Orfeu, STAT 003) 1970 – Cantaremos (LP, Orfeu, STAT 007) 1971 – Gente de aqui e de agora – LP STAT 010) 1975 – Que nunca mais (LP, Orfeu, STAT 033) 1980 – Cantigas Portuguesas (LP, Orfeu, STAT 067) Compilações 1973 – Fados de Coimbra 1982 – Memória de Adriano 1994 – Fados e baladas de Coimbra 1994 – Obra Completa 1995 – O Melhor dos Melhores 2001 – Vinte Anos de Canções (1960-1980) 2007 – Obra Completa Singles e EP Noite de Coimbra (EP, Orfeu, 1960) [Fado da Mentira/Balada dos Sinos/Canta Coração/Chula] Atep 6025 Balada do Estudante (EP, 1961) [Fado da Promessa/Fado dos Olhos Claros/Contemplação/Balada do Estudante] Atep 6033 Fados de Coimbra (EP, 1961) [Canção dos Fornos/Balada da Esperança/Trova do Amor Lusíada/Fado do Fim do Ano] Atep 6035 Fados de Coimbra (EP, 1962) [Minha Mãe/Prece/Senhora, Partem Tão Tristes/Desengano] Atep 6077 Trova do vento que Passa (EP, 1963) [Trova do Vento que Passa/Pensamento/Capa Negra, Rosa Negra/Trova do Amor Lusíada] Atep 6097 Adriano Correia de Oliveira (EP, 1964) [Lira/Canção da Beira Baixa/Charama/Para que Quero Eu Olhos] Atep 6274 Menina dos Olhos Tristes (EP, 1964) [Menina dos Olhos Tristes/Erguem-se Muros/Canção com Lágrimas/Canção do Soldado] Atep 6275 Elegia (EP, 1967) [Elegia/Barcas Novas/Pátria/Pescador do Rio Triste] Atep 6175 Adriano Correia de Oliveira (EP, 1968) [Para que Quero Eu Olhos/Canção da Terceira/Sou Barco/Exílio] Atep 6197 Rosa de Sangue (EP, Orfeu, 1968) Atep 6237 Cantar de Emigração (EP, Orfeu, 1971) Atep 6400 Trova do Vento Que Passa n.º2 (EP, Orfeu, 1971) Atep 6374 Lágrima de Preta (EP, Orfeu, 1972) Atep 6434 Batalha de Alcácer-Quibir (EP, Orfeu, 1972) Atep 6457 O Senhor Morgado (EP, Orfeu, 1973) Atep 6542 A Vila de Alvito (EP, Orfeu, 1974) Atep 6588 Para Rosalía (EP, Orfeu, 1976) Atep 6604 Notícias de Abril (Single, Orfeu, 1978) [Se Vossa Excelência…/Em Trás-os-Montes à Tarde] KSAT 633
No próximo dia 21 de Junho, na sede da Espaço e Memória (Rua dos Lagares da Quinta, em Oeiras), com recepção a partir das 17h30 e início da sessão pelas 18 horas, Graça Patrão falar-nos-á da juventude do poeta José Carlos Ary dos Santos.
Ary é muito conhecido pelos poemas da maturidade. No entanto, aos 15 anos, escreveu um livro ASAS que anuncia já nesta idade valores espirituais de amor, fraternidade e paz universal. Mas também encontramos referências a sentimentos como alegria e tristeza. Estes elementos ligam-se a uma influência religiosa adquirida a partir da infância, dando-nos uma harmonia poética perfeita, como vemos no poema PANTEISMO. Neste poema Ary utiliza palavras como: de mãos postas – adoro – altar – comungando – rezo – alma e Deus. No entanto, estas palavras que têm um carácter religioso, unem-se a elementos da natureza, oferecendo-nos este magnífico poema. – Graça Patrão
Manifestando o nosso imenso pesar pelo falecimento deste nome maior do teatro português, com a devida vénia estamos solidários e subscrevemos integralmente a mensagem da Associação Cultural A Voz de Paço de Arcos, que nos chegou pela mão do nosso associado José Marreiro e que aqui se reproduz (https://avozdepacodearcos.org/eunice-munoz-1928-2022/):
«O voto de pesar da Associação Cultural A Voz de Paço de Arcos pelo falecimento de Eunice Muñoz, ícone do cinema, televisão e estrela maior dos teatros nacionais.
Associada de Honra, com o nº100 da nossa Associação, colaborando regularmente com o Jornal e participando em eventos, numa relação próxima com a nossa comunidade, é em Paço de Arcos acarinhada por todos os que com ela conviveram, pois o seu sorriso era um traço comum e natural que nunca iremos esquecer.
Apaixonada pela vida e pelo teatro, levou literalmente até ao fim a sua celebrada carreira, marcada por personagens que acompanharam gerações de portugueses. A grande dama dos palcos nacionais morreu esta sexta-feira, no Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, aos 93 anos.
Filha e neta de atores de teatro e de artistas de circo, Eunice Muñoz estreou-se aos 13 anos de idade no Teatro Nacional D. Maria II, e desde então, com o seu talento, conquistou o coração de todos os portugueses. Ao longo da sua carreira, deu vida a personagens em “muito mais de 100 peças” de teatro, cruzando quase todos os géneros dramáticos, participou em, pelo menos 16 filmes e em diversas telenovelas.
No ano de 1969 a desilusão de Eunice perante o panorama teatral da época levou a que formasse uma companhia com o grande ator, o Paçodearquense José de Castro, a companhia “Somos Dois” que se destinava a levar a efeito uma longa tournée por Angola e Moçambique.
No Teatro Experimental de Cascais, foi uma das “Criadas”, de Jean Genet, juntamente com Glicínia Quartin e Lurdes Norberto (1972); foi “Fedra” (1969) e “A Maluquinha de Arroios” (1966); fez “Madame” com a atriz brasileira Eva Wilma (2000), esteve no Politeama ao lado de Ruy de Carvalho em “A Casa do Lago (2002)”, rejuvenesceu em “O Comboio da Madrugada” (2011).
Em 1997, o antigo Cine Teatro de Oeiras ganhou o seu nome, e em abril do ano passado, a Atriz foi, nesse palco, condecorada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, no agora Auditório Municipal Eunice Muñoz.
Eunice acalentava o desejo de terminar a carreira no palco que a viu nascer como atriz, o Teatro Nacional D. Maria II, ao longo de 2021, contracenou com a neta Lídia Muñoz, na peça “A margem do tempo”, em diferentes palcos do país, numa digressão que culminou a 28 de novembro no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, exatamente 80 anos após a sua estreia, concretizando assim esse seu desejo.
Tenho noção de que vou morrer. Cá estou à espera, quando Deus quiser
Eunice Muñoz (1928-2022)
À família enlutada, enviamos as mais sentidas condolências.»
2023-06-02 – Homenagem a João Batista Coelho, na Biblioteca Municipal de São Domingos de Rana, com exposição «Nas Entrelinhas outras linhas», organizada por Ana Camilo. Esta exposição estará patente ao público até 14 de Junho.
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