Património


Com a devida vénia, reproduzimos a conversa havida entre José d’Encarnação e Salvato Teles de Menezes, integrada nas Conversas de Cascais, sob o tema Cascais, a Guarda Avançada de Lisboa. Conforme nos diz José d’Encarnação:

«A conversa foi gravada num monumento emblemático de Cascais: a Fortaleza de Nossa Senhora da Luz! Insere-se nas comemorações dos 657 anos da elevação de Cascais a vila.

Aí vai o atalho para quem tiver pouco mais que 21 minutos para ouvir: https://www.youtube.com/watch?v=RwZH3q29lwk

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Estará disponível ao público, a partir do próximo dia 12 de Maio, no Palácio do Egipto, em Oeiras, a Exposição FORTIFICAÇÕES DE OEIRAS – Património do Tejo e do Mundo, que conta com a parceria entre a Câmara Municipal de Oeiras e a Espaço e Memória – Associação Cultural de Oeiras na sua organização e conta ainda com a colaboração do Núcleo de Fotografia de Oeiras, no que concerne a disponibilização de imagens da zona ribeirinha e das suas fortificações.

Atendendo às restrições que se mantêm quanto à utilização de espaços deste tipo, a Espaço e Memória irá organizar visitas guiadas, a cargo de Joaquim Boiça, o comissário desta exposição, em dias a anunciar, mediante inscrição prévia dos interessados. Tão brevemente quanto possível divulgaremos essas datas de visita e o modo de inscrição.

Estas visitas guiadas são destinadas exclusivamente aos associados da Espaço e Memória e seus familiares e aos elementos do Núcleo de Fotografia de Oeiras.

Apresentamos o anúncio oficial efectuado pela Câmara Municipal de Oeiras, reiterando a informação de que a abertura ao público terá lugar apenas a partir do dia 12 de Maio, em horário a anunciar:

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Numa nova caminhada que fizemos pelos espaços diferenciados da Estação Agronómica Nacional, em Oeiras, muito nos apraz registar o afã verificado na aparente recuperação daquele imenso e magnífico espaço, até ontem padecendo do infelizmente costumeiro menosprezo pelo nosso património por parte das entidades sob tutela de quem se encontram.

A Câmara Municipal de Oeiras, no seguimento de várias iniciativas junto da tutela, parece ter encontrado uma via para inverter esse estado de degradação e, assim, sendo, colhe o nosso apoio na iniciativa que constituirá, sem dúvida, uma marca distintiva em prol dos munícipes de Oeiras, bem como de quem quer a visite.

Aqui ficam algumas imagens do ambiente geral, que fazem sempre a caminhada mais aprazível, bem como de algumas das áreas já libertas da vegetação desordenada que a envolvia, a desvendar os potenciais desenvolvimentos com que queremos contar.

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Com a devida vénia e por ser do maior interesse, transcrevemos a notícia divulgada por OLHARES DE LISBOA (https://olharesdelisboa.pt/camara-de-oeiras-ja-e-dona-do-convento-da-cartuxa/) referente ao envolvimento da Câmara Municipal de Oeiras na recuperação do Convento da Cartuxa.

Será de relembrar, a este propósito, o empenho também da Espaço e Memória na chamada de atenção para a Cartuxa e a necessidade da sua preservação e valorização patrimonial e de seu estudo histórico e artístico, patente no Colóquio e iniciativas realizadas por ocasião dos 400 anos da Cartuxa de Laveiras (em 2014) e os estudos publicados no n.º 2 da nossa Revista – que relembraremos aqui, a breve trecho.

Eis o artigo:

«O antigo convento em Caxias vai ser transformado em centro de arte contemporânea, com residências para artistas, anunciou o presidente da Câmara de Oeiras, durante a cerimónia de cedência do convento da Cartuxa. A ministra da Justiça considerou que este ato é exemplar da coordenação entre o poder central e local.
Finalmente, após vários anos em que a Câmara Municipal de Oeiras tem manifestado, reiterada e sucessivamente, a sua preocupação pelo estado de degradação e abandono em que se encontra o conjunto edificado da Igreja, Convento da Cartuxa e construções dependentes, bem como das suas áreas verdes, foi hoje assinado o protocolo de cedência deste património histórico à Câmara de Oeiras.
De facto, a assinatura do auto de cedência aconteceu esta manhã na Igreja da Cartuxa, em Caxias, com a presença da Ministra da Justiça, Francisca Van Dunem. Isaltino Morais, presidente da Câmara de Oeiras, que aproveitou a presença de uma ministra para dizer que as Câmaras são capazes de gerir o património do Estado, anunciou que o Município vai investir cerca de 7,5 milhões de euros na recuperação integral daquele património abandonado pelo Estado há 30 anos.

A Câmara de Oeiras, recorde-se, chegou a acordo com Estado, em meados de dezembro, para reabilitar o Convento da Cartuxa, numa concessão de 42 anos e um investimento que ronda os 7,5 milhões de euros. O objetivo é dar a dignidade merecida àquele conjunto patrimonial histórico e colocá-lo à fruição pública.
Apontando esta quarta-feira como «um dia de júbilo», porque a Câmara de Oeiras já tem oficialmente as chaves do antigo convento e da quinta, e elogiando Francisca Van Dunem por ter tomado este «ato político de extrema relevância», Isaltino Morais considerou que «não é admissível que este património tenha estado aqui abandonado durante 30 anos».

O acordo agora assinado entre a câmara, a Direcção-Geral do Tesouro e Finanças e o Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos de Justiça prevê a transferência dos 12,4 hectares da antiga Cartuxa para o município por um período de 42 anos, o que levou o autarca a questionar a ministra. «Porque é que não é sem prazo?», insurgiu-se Isaltino, salientando que «isto diz muito da organização do Estado. Ainda há alguma desconfiança do Estado central em relação ao Estado local».

A ministra, que tomou a palavra a seguir ao autarca, fez questão de salientar que «o processo agora selado é exemplar da coordenação virtuosa entre o poder central e local», balizando as responsabilidades futuras: «Fica nas mãos da autarquia a que V. Exa. preside este lugar, que foi e é um lugar de culto, de revolução educativa, de cultura. Que a Câmara de Oeiras cultive e desenvolva este espaço como o espaço merece.»
A ministra lembrou que o antigo convento ficou abandonado a seguir à expulsão das ordens religiosas, em 1834, e que durante o século XX foi sobretudo usado como reformatório, onde se promoveu «uma revolução educativa» que deixou marcas no sistema penal português, salientando que o responsável, a partir de 1903, pela antiga Escola de Correção de Caxias, instalada no Convento, o padre António de Oliveira, foi um dos pais da «lei da proteção de menores», que deu origem ao atual Tribunal de Menores.

O Convento da Cartuxa em Oeiras e o de Évora são os únicos conventos cartuxos portugueses. O que fica no concelho, foi fundado no séc. XVII. O primeiro templo terá sido destruído quando foi feita a ampliação do convento em 1736. A igreja, com fachada de calcário, abre para uma missa aos domingos ao meio-dia.
Com mais de 400 anos de história, o Convento da Cartuxa está devoluto há vários anos, à exceção da igreja desenhada por Carlos Mardel no século XVIII, lamentou a ministra Francisca Van Dunem, adiantando que esta Quinta «constitui um importante património histórico, cultural, arquitetónico e paisagístico, de valor inestimável».
A Quinta da Cartuxa, refira-se, está localizada nas proximidades do Palácio da Quinta Real, em Caxias, e dela fazem parte o conjunto edificado do século XVII, que corresponde ao antigo Convento, Igreja, Claustro e dependências.

Ato de cultura


Do ponto de vista do presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, o acordo hoje firmado traduz-se num «ato de Cultura da maior relevância e que diz respeito a todo o país», porque é garante de que vamos cuidar para transportar este legado, esta História e esta Cultura para as próximas gerações», justificou.

Para o autarca, representa também um «ato político de extrema importância» e que permite «tirar algumas lições», nomeadamente sobre o Estado Central.
«Há que desburocratizar. É inadmissível que este património estivesse aqui abandonado por 30 anos», sustentou Isaltino Morais, lamentando que o Estado tenha deixado esquecer este património, mas reconhecendo este ato positivo, com elogios à Ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, que marcou presença na cerimónia.
Além do investimento na recuperação do património, o projeto previsto na reabilitação da Quinta da Cartuxa prevê a criação de um Centro de Arte Contemporânea, com um programa de atividades ligadas à Arte e que inclui uma residência para artistas. A pensar na candidatura de Oeiras a Capital Europeia da Cultura 2027, o antigo convento e as muitas dependências construídas ao longo dos anos servirão de casa a uma companhia de dança, terão auditórios e espaços multiusos, servirão para residências artísticas, exposições e espetáculos.

Obras no valor de 7,5 milhões

Os primeiros trabalhos têm um orçamento a rondar os 7,5 milhões de euros e destinam-se a recuperar o património edificado, quer a igreja setecentista desenhada por Carlos Mardel, quer as antigas celas conventuais e os dois claustros. Segue-se depois a sua transformação em pólo cultural, o que deverá ocorrer no prazo de quatro anos.
O presidente da Câmara Municipal de Oeiras associou ainda o momento de hoje à aquisição da Estação Agronómica, também cedido pelo Estado ao Município há pouco mais de um ano, como «alavancas determinantes» na candidatura de Oeiras a Capital Europeia da Cultura em 2027.

«Não sei se vamos ganhar, mas não tenho dúvidas que, agora com a posse da Quinta da Cartuxa e da Estação Agronómica, vamos ter a melhor candidatura do país», concluiu.Em dezembro de 2019, a autarquia tinha avançado que já haveria três propostas para uma concessão de 50 anos do Paço Real de Caxias. O Grupo Hotéis Turim ganhou a corrida e vai agora construir um hotel com 120 quartos, ficando a autarquia de Oeiras responsável pela manutenção e conservação do jardim, bem como da cascata e esculturas.
A assinatura deste Auto de Devolução e Cedência do Convento surge na sequência do interesse manifestado pelo município, que pretende utilizar o património para prolongar a zona de fruição pública que abrange os jardins adjacentes à Quinta Real de Caxias.

Com efeito, o Ministério da Justiça, em articulação com o Ministério das Finanças, «desenvolveram as diligências necessárias à definição das condições que vieram a consubstanciar-se no acordo agora celebrado, e nos termos do qual o conjunto patrimonial localizado na Quinta da Cartuxa é devolvido pelo Ministério da Justiça ao Estado e subsequentemente cedido ao Município de Oeiras pelo prazo de 42 anos», pode ainda ler-se.

De salientar que esta cedência, autorizada pelo Ministério das Finanças, tem como contrapartida a obrigação de realização pelo município de obras de requalificação e restauro, no valor de cerca de 7 milhões de euros. No final daquele prazo, o imóvel e todas as construções e benfeitorias revertem para o Estado.»

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Confinados que estamos, um passeio/exercício permite-se, para oxigenação física e mental. Venham, então, daí numa breve caminhada pela Estação Agronómica Nacional, em Oeiras, um pulmão/reduto que muito nos apraz percorrer… e onde mil ideias para outros tantos projectos nos são suscitados pela paisagem envolvente.

Um breve apontamento, apenas, das imensas potencialidades que este local nos desvenda e suscita.

Votos de boa saúde para todos.

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Artigo e imagens amavelmente cedidos pelo nosso associado Fernando Lopes

Na primeira foto observamos a fachada da Igreja (reconstrução pós terramoto de 1755) como que a espreitar a Quinta Real. Na segunda observamos, após limpeza camarária um “encanamento” de água, muito provavelmente proveniente da represa que os monges possuíam perto do Lugar de Laveiras e que continua ao longo da várzea sendo visível da Ponte da Cartuxa. Não obstante a regra ascética, a realeza filipina e de bragança era recebida no Mosteiro amiudadamente. Mesmo a entrada de damas era excepcionalmente permitida, o que implicava depois uma confissão do prior seguida de penitência. Afinal o Mosteiro precisava de doações, sempre insuficientes para manter o complexo monacal.

                                                                                                                               Fotografia 1
                                                                                                                                  Fotografia 2
                                                                                                                                                  Fotografia 3

A terceira imagem refere-se à Planta do encanamento da Quinta Real (disponível). Neste excerto pode-se observar-se o sentido do encanamento (a tracejado) que provém da represa assinala no mapa. Tive ocasião de notificar a CMO, de que foi tomada nota, da existência lajes, prováveis de vestígios da represa, perto da actual ponte de Laveiras. Esperemos que a recuperação da Cartuxa e da Quinta Real (nomeadamente no actual processo de limpeza) seja acompanhada por pessoal competente, nomeadamente arqueólogos, visto que o grande movimento de máquinas que se vem observando assim deve obrigar.

Fernando Lopes – 24 de Outubro de 2020

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