Passeio com a EMACO a Fanhões e à calçada portuguesa
No passado dia 06 de Maio de 2017, fomos, com a EMACO – Espaço e Memória, Associação Cultural de Oeiras, de passeio até Fanhões, ali para os lados de Loures, terra de inumeráveis cultores dessa arte popular que vem recebendo tratos de polé e que é a calçada portuguesa.
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Ponto de encontro junto ao monumento evocativo ao calceteiro de Fanhões, estátua da autoria da escultora Eduarda Filhó, homenagem e recordação para os vindouros de que aquela foi terra de calceteiros
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Depois, um breve passeio por Fanhões, de olhos literalmente colados ao chão, apreciando as diversas manifestações dessa arte de calceteiros em que esta povoação é pródiga.
Uma especial menção à entrada da Igreja de São Saturnino (edificada em 1575), que também visitámos, com um belo exemplo da arte de calceteiro.
Uma cruz na calçada, entre pedra sextavadas e «marretas» (para quem não saiba, trata-se de metade de uma sextavada), que ela há marretas as mais diversas…
Ernesto Matos apresenta-nos um exemplo, existente na igreja de São Saturnino, de outras aplicações possíveis da técnica da calçada portuguesa… … enquanto nos deliciávamos com um pastel de nata, acabadinho de sair do forno, numa das pastelarias do largo central.
Visita à casa-galeria da calçada portuguesa de Zé da Clara, onde fomos muito aprazivelmente recebidos e guiados pelo próprio, cheio de bonomia e grande sentido de humor, e assistimos a uma exposição sobre a história e as vicissitudes por que vai passando a calçada portuguesa, por parte de Ernesto Matos, enormíssimo cultor desta manifestação artística, com diversos livros publicados sobre o tema, de que se destaca aqui Fanhões – Homines Petrae, exactamente dedicado a esta comunidade e seu labor.
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Fanhões, no concelho de Loures, é terra de mestres calceteiros. Local evocado no Memorial do Convento, quando José Saramago refere os homens que carregam as pedras para a construção do “convento de sua majestade”. O presente livro assume-se como uma homenagem a estes homens, mestres do passado e do presente, que espalharam a sua arte pelos passeios de Lisboa e de outras cidades do mundo. Ernesto Matos e Lonha Heilmair partem em busca da memória viva e das histórias destes artesãos que “afeiçoam as pedras na palma da mão”. Homens de “mãos calejadas pelas rudes pedras e pelos martelos de aço negro” que com o seu talento e sensibilidade embelezam as ruas da cidade, enchendo de sonhos o nosso quotidiano.
Depois, foi uma aprazível passeata e convívio através dos notáveis exemplos expostos, com um ou outro poema de circunstância à mistura, até porque Ernesto Matos faz sempre questão de casar, em cada livro seu, o tema da sua paixão – a calçada portuguesa – com um fio de poemas.
Por fim, dirigimo-nos ao restaurante O Saloio (R. Francisco Mateus Germano 19, 2670-722 Fanhões), para um almoço-convívio.
O menu: entradas, pernil assado no forno com batatinhas assadas ou bacalhau à brás, que nos deixaram com vontade de voltar.
(fotografias de Jorge Castro)
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