EMACO

Espaço e Memória – Associação Cultural de Oeiras


Autora: Ana Teixeira Gaspar

Até ao século XIX as crianças eram muito pouco chamadas à vida pública das famílias. Raramente apareciam nos retratos familiares e só quando cresciam lhes davam alguma importância.
Ora, Sebastião José de Carvalho e Melo, o primeiro conde de Oeiras e marquês de Pombal, como bem sabemos, viveu alguns anos em Londres e Viena, daí ser apelidado de “estrangeirado”, impulsionando costumes que, para a época no nosso país, eram bastante avançados.
A família Pombal no seu tempo era diferente da restante aristocracia. Convivia com estrangeiros, e no que diz respeito às crianças é interessante verificar alguns aspectos inovadores, aqui praticados pelo casal constituído por Maria Amália Eva de Carvalho Daun, a filha mais nova dos primeiros marqueses de Pombal, e João de Saldanha, morgado de Oliveira e de Barcarena e futuro conde de Rio Maior.
A 12 de setembro de 1789, João de Saldanha escreve ao seu cunhado, Henrique José – o 2.º marquês de Pombal -, descrevendo o quotidiano familiar na Quinta da Granja, em Sintra, propriedade deste último. Como este casal possuía bastantes filhos (ao todo tiveram 11 filhos, um dos quais foi o marechal Saldanha), os passeios eram dados por grupos consoante as idades, o que é verdadeiramente significativo da relevância dada às crianças pelo casal: “Quanto a nós a vida que se faz é a que tu nos ensinaste quando nos anos passados nos tinhas aqui de assento (…) Pouco depois [do almoço] vamos ao passeio e este é dividido em três ranchos porque os tamanhos dos filhos assim o pedem; na volta como as noites são compridas também se levam a ler” (Biblioteca Nacional, Colecção Pombalina, PBA 707, fl. 30 e 30V).
Passear as crianças, em vez de as deixar ao cuidado das amas, já era bastante inovador, agora diversificar os passeios de acordo com as idades, isso é, do nosso ponto de vista, completamente extraordinário.
O embaixador francês Marc-Marie, marquês de Bombelles, durante a sua estada em Portugal, foi visita regular da família Pombal e, a dada altura, desloca-se a casa dos morgados de Oliveira, para cumprimentar D. Maria Amália, ainda convalescente de parto recente. É recebido pela filha mais velha da parturiente, de 11 ou 12 anos, que faz de anfitriã, substituindo a mãe que, de acordo com a prática de então, não podia ainda sair do quarto. A jovem vai cantar uma ária italiana, sendo acompanhada por um negro de Angola, que dança para divertimento dos presentes (Marquis de Bombelles, Journal d’un Ambassadeur de France au Portugal (1786-1788), p. 34), o que, tendo em conta os costumes da época, em que as meninas só podiam sair de casa ou estar na presença do sexo masculino, se acompanhadas pelas mães, é verdadeiramente extraordinário e revelador de uma atitude de grande modernidade. É também Bombelles que, no seu diário, refere ser a família Pombal das raras famílias da aristocracia portuguesa a conviver com estrangeiros, frequentando as festas que estes davam, exemplificando com uma festa dada pelo embaixador inglês, Walpole, em que a maioria dos aristocratas portugueses recusou os convites, contando-se a família Pombal entre as raras excepções (idem, p. 305).
Assim, podemos concluir que a família Pombal foi verdadeiramente inovadora e moderna no que diz respeito à forma como as suas crianças eram tratadas.


Ana Teixeira Gaspar

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Como habitualmente, decorrerá amanhã, dia 27 de Maio, pelas 21h15, na Biblioteca Operária Oeirense, uma iniciativa em torno da poesia, a que a Espaço e Memória se associa.

Venha, traga um amigo e uma bebida ou qualquer coisa que faça as vezes de um croquete ou similar – pois haverá ceia – e junte-se a quantos acreditam que «a poesia é uma arma carregada de futuro» (G. Celaya).

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Vamos dar início aos nossos TEMAS E DEBATES NA CASA DA MALTA, que decorrerão no Auditório da nossa sede, na terceira terça-feira de cada mês, pelas 18 horas, com entrada livre.

Esta primeira sessão, que ocorrerá no dia 17 de Maio, contará com a presença de Margarida Farrajota que nos falará sobre A Chegada e a Memória da Presença Portuguesa no Japão.

Legenda da imagem: Carraca portuguesa no porto de Nagasaki (Biombo Namban – Kano-Naizen, 1570-1616)

Seguir-se-á um debate sob coordenação de Joaquim Boiça e José Meco, que propõem como tema:

A Preservação, Valorização e Conhecimento da Memória Portuguesa no Mundo.

Contamos com a vossa presença e participação.

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Pelo seu elevado interesse, antecipamos desde já a divulgação desta Exposição, ainda que esteja nas previsões da Espaço e Memória promover uma visita guiada à mesma, a breve trecho e que anunciaremos oportunamente:

Em 2019, a Memoshoah Luxemburgo convidou a equipa responsável por Vilar Formoso, Fronteira da Paz, Memorial aos Refugiados e ao Cônsul Aristides de Sousa Mendes a fazer uma exposição no Luxemburgo, no âmbito da Presidência luxemburguesa do IHRA (International Holocaust Rememberence Alliance).
A exposição, com curadoria de Margarida de Magalhães Ramalho e Claude Marx, teve lugar, entre Fevereiro e Setembro de 2020, no Centre Culturel de Rencontre Abbaye de Neumünster na cidade do Luxemburgo.
Este ano, por ocasião da visita oficial a Portugal do casal Grã-ducal quis a Embaixada do Luxemburgo, em Lisboa, apresentar em Cascais esta exposição. A escolha desta vila e deste espaço prendeu-se com o facto de ter sido na Casa de Santa Maria, fronteira ao Palácio da Cidadela que, no início do seu exílio em 1940, a Grã duquesa Charlotte e a sua família viveram durante alguns meses.
Com o título, Portugal e Luxemburgo, países de esperança em tempos difíceis a exposição fala do papel de Portugal durante a II Guerra Mundial como porto de abrigo de refugiados luxemburgueses e de como o Luxemburgo, décadas mais tarde, se tornou o destino de muitos portugueses que fugiam da ditadura e/ou da miséria.
A exposição está subdividida em vários temas relativos ao conflito mundial que vão desde as razões da ascensão do nazismo e o desencadear da guerra na Europa até ao destino dos que fugiam. Pelo meio relata as dificuldades encontradas pelos refugiados na sua rota de fuga, o papel de Aristides de Sousa Mendes no salvamento de milhares de pessoas, histórias dos que tiveram de se esconder em território inimigo e relembra o nome dos cerca de 900 judeus deportados a partir do Luxemburgo. Fala-se também de Portugal e da sua política de neutralidade, da passagem de milhares de refugiados por terras lusas, da estada da família Grã-ducal por Cascais, e do seu regresso no final da guerra. È ainda, através de uma caixa de luz com as fotografias de cerca de 80 dos 300 passageiros de um comboio de refugiados provenientes do Luxemburgo que não foi autorizado a entrar em Vilar Formoso.
Finalmente, a exposição debruça-se sobre a evolução do Luxemburgo no contexto europeu do pós guerra e, o caminho de Portugal, sob uma ditadura repressiva – que só terminaria em Abril de 1974 – que ditou o seu atraso económico, arrastou o país para a guerra colonial e obrigou muitos, por razões politicas e/ou económicas, a partirem.
Utilizando grandes caixas de luz que dão enfoque especial a certas temáticas, a exposição preserva a estrutura original apresentada no Luxemburgo em 2020.
O design continua a ser assinado pela dupla Sara e Pedro Gonçalves e a museografia por Luísa Pacheco Marques. No entanto, a exposição que agora se apresenta em Cascais foi enriquecida com conteúdos contemporâneos ligados a artistas luso luxemburgueses. Assim, na última sala, são apresentadas parte da instalação Memória Episodika do artista plástico Edmond Oliveira baseada na experiência de vida do seu pai, um dos primeiros emigrantes a chegar ao Luxemburgo e as fotografias de Paulo Lobo que refletem bem o impacto da presença portuguesa na paisagem luxemburguesa. É ainda apresentado um documentário sobre a residência artística no Luxemburgo do colectivo português “Borderlovers”, realizado por François Baldassare da Canopée a.s.b.l.
Para várias culturas ancestrais, os seres humanos estão ligados uns aos outros por invisíveis fios vermelhos que se cruzam, entrelaçam ou se afastam, tecendo a teia onde se inscreve a história da humanidade. Trabalhando esse conceito, Luísa Pacheco Marques criou apontamentos plásticos que marcam alguns momentos da exposição. No final, através de uma ampla caixa de luz, o conceito cenografado do Fio Vermelho torna-se evidente.


A reposição desta exposição só foi possível graças aos apoios da Câmara Municipal de de Cascais, da Câmara Municipal de Almeida, do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Europeus do Luxemburgo, do Ministério da Cultura do Luxemburgo, do Centro Nacional de Audiovisual e das empresas luxemburguesas: POST, WEALINS et LOSCH Digital Lab.

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No próximo sábado, dia 14 de Maio, pelas 9h30, no Auditório da nossa sede (Rua Lagares da Quinta, Oeiras) terá início o 4º Módulo do curso Mulheres na História, dedicado às Mulheres Portuguesas – século XVII a século XX. Veja, de seguida, a sua programação:

No dia 04 de Junho, pelas 15 horas, terá lugar um colóquio subordinado ao mesmo tema e cujo programa será anunciado oportunamente.

Nota – todas as sessões, com a excepção do colóquio, terão o seu início às 9h30 da manhã.

Os interessados deverão fazer a sua inscrição, como habitualmente, através do nosso endereço geral@espacoememoria.org. O valor da inscrição, a liquidar no local, será de 20 euros, abrangendo as três sessões.

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Com os nossos agradecimentos aos nossos associados Lourdes Calmeiro e José Manuel Fânzeres que, amavelmente, disponibilizaram as imagens das nossas iniciativas que ocorreram ao longo do dia, aqui ficam testemunhos desses diversos momentos:

Sessão de abertura no Auditório Municipal César Batalha, em iniciativa com o apoio da Câmara Municipal de Oeiras (fot. JM Fânzeres)
Quarteto Zlatna – uma excelente prestação (fot. Lourdes Calmeiro)
Quarteto Zlatna – Pedro Figueiredo e Ana Dimitrova (violinos) (fot. Lourdes Calmeiro)
Quarteto Zlatna – Alice Gorjão (viola) e Ester Santos (violoncelo) (fot. Lourdes Calmeiro)
Quarteto Zlatna (fot. Lourdes Calmeiro)
Quarteto Zlatna (fot. JM Fânzeres)
Apresentação do Coronel Carlos Matos Gomes, um capitão de Abril (fot. Lourdes Calmeiro)
Coronel Carlos Matos Gomes, numa memorável evocação de Abril (fot. de Lourdes Calmeiro)
Coronel Carlos Matos Gomes (fot. de JM Fânzeres)
Os agradecimentos da Espaço e Memória à disponibilidade e empenho do Coronel Carlos Matos Gomes (fot. de FM Fânzeres)
Sessão de poemas e canções de Abril com Jorge Castro e João Paulo Oliveira (fot. de JM Fânzeres)
João Paulo Oliveira (fot. de JM Fânzeres)
O nosso hino – Grândola Vila Morena -, entoado pelos presentes (fot. de Lourdes Calmeiro)
Encerramento cantado desta sessão (fot. de Lourdes Calmeiro)
A festa continuou num almoço-convívio no restaurante Sabores da Marquesa, na Quinta de Cima do Palácio do Marquês, em Oeiras (fot. de Lourdes Calmeiro)
Após um almoço, cavaqueira e um solzinho… (fot, de JM Fânzeres)
O auditório da nossa sede, já bem preenchido no início da sessão da apresentação do livro «Isto, agora, são outros 70…», da autoria de Jorge Castro (fot. de Lourdes Calmeiro)
Início da apresentação a cargo de Alexandre Castro, responsável pela paginação e design (fot. de Lourdes Calmeiro)
Alexandre Castro (fot. de JM Fânzeres)
Jorge Castro explicando a génese deste projecto, com imagens de 1971 a Maio de 1974, de sua autoria (fot. de Lourdes Calmeiro)
A fotógrafa (fot. de JM Fânzeres)
A obra e as dedicatórias (fot. de JM Fânzeres)
Dos cravos aos instrumentos com que aquele concerto foi tocado (fot. de Lourdes Calmeiro)
Dedicatória (fot. de JM Fânzeres)
E mais um Abril que se cumpriu (fot. de JM Fânzeres)

Também Eduardo Martins nos fez chegar algumas imagens da actuação do Quarteto Zlatna:

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