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O Museu Berardo Estremoz é uma iniciativa conjunta da Coleção Berardo e da Câmara Municipal de Estremoz. Este equipamento museológico apresenta aquela que é considerada a maior e mais importante colecção privada de azulejos de Portugal. O Museu Berardo Estremoz conta as estórias e a História dos últimos oito séculos da azulejaria, através da exposição inaugural, intitulada “800 Anos de História do Azulejo”

Por amabilidade do Professor José Meco e da Direcção do Museu Berardo Estremoz, estamos a informar da inauguração da Exposição

800 Anos da História do Azulejo

que ocorrerá no próximo dia 25 de Julho de 2020, e da qual deixamos folheto respectivo:

Também por amável disponibilidade do Professor José Meco e da Direcção do Museu, deixamos aqui o Catálogo da Exposição, que poderão «descarregar» integralmente:

Pode, ainda, visitar o sítio deste Museu em: https://museuberardoestremoz.pt/

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Texto e imagens da autoria de Guilherme Cardoso

Foi no 1º de Maio de 1982 que, ao olharmos para uma parede onde estavam alinhadas diversas salgadeiras lavradas em pedra calcária que divisámos o sarcófago de arenito do Arneiro (Carcavelos). Serviam todas de bebedouro a um rebanho de cabras e ovelhas, existente na localidade.
Apresentava-se um pouco esbotenado nos bordos devido à relha do arado quando passava sobre ele durante lavra do terreno. O seu proprietário disse-nos que o encontrou no terreno a sul do Largo do Chafariz, actualmente a poente da Igreja de São José.
Era na verdade o segundo que encontrávamos em Cascais. Desta vez em dia feriado (era à época fotógrafo e aproveitando o dia de descanso fui tirar fotografias e fazer prospecção arqueológica para as freguesias de Carcavelos e de São Domingos de Rana). Fazíamos então o levantamento de todas as terras do concelho de Cascais, acompanhados nesse dia pelo amigo Carlos Teixeira, antigo redactor do Jornal da Costa do Sol.
Desse trabalho resultaram três livros, de coautoria com Jorge Miranda e Carlos A. Teixeira. O primeiro a ser publicado foi o “Registo Fotográfico de Carcavelos e Alguns Apontamentos Histórico-Administrativos, publicado pela C.M.C., de 1988. Mais tarde saiu o da Freguesia de São Domingos de Rana, 2003, publicado pela própria Junta de Freguesia de São Domingos de Rana e por último o de Alcabideche, em 2009, publicado pela Junta de Freguesia de Alcabideche.
Voltando aos sarcófagos. O primeiro que encontrámos foi durante um dia de Verão de 1975, quando estávamos a escavar a Necrópole de Talaíde, com João Luís Cardoso. Devido a um acto de irresponsabilidade por parte dos promotores da urbanização decidiram rebaixar com uma retro-escavadora uma área por escavar do sítio arqueológico. Tínhamos informado dias antes, em desabafo, que naquele ano não tínhamos tempo de concluir a escavação da necrópole por termos verificado que se estendia mais para nascente e que segundo a nossa perspectiva seria para escavar no ano seguinte (diga-se que a escavação da necrópole foi toda realizada durante as nossas férias e às nossas custas). É mais que evidente que um dia quando lá chegámos a máquina tinha arraso tudo.
Quando observámos o fundo da zona da necrópole destruída verificámos que o que tinha ficado dos diversos enterramentos ali existentes era unicamente o fundo de um sarcófago de arenito que mais tarde deu entrada no Museu do Conde de Castro Guimarães.
Ora o que distingue o sarcófago da sepultura rupestre?
É simples, a sepultura rupestre está no sítio do afloramento rochoso onde foi aberta a cavidade, enquanto o sarcófago é esculpido num bloco o que possibilita que seja móvel podendo ser assente onde se pretende.
A datação destas peças é difícil, ambas não tinham no seu interior artefactos que as pudessem datar. No entanto, no caso de Talaíde, deve ser do mesmo período da necrópole ou seja de entre os séculos III e o IX d.C.
No caso do sarcófago do Arneiro, embora não se tenha localizado nenhuma necrópole da Antiguidade Tardia, foi escavada a cerca de 150 metros do local onde estava o sarcófago, um cemitério de época Islâmica, posterior ao século VIII. Será que ali perto teria existido um cemitério cristão entre os séculos V e o IX?
Sabermos da coexistência das duas comunidades religiosas na região saloia, era normal durante a administração Islâmica o que torna possível essa dedução.
Outra das curiosidades que existem em relação a este tipo de sepulturas é que a rocha de onde foram extraídos os blocos para lavrar os sarcófagos só existir a mais de 4 km, no caso do túmulo do Arneiro e a mais de 6 km, no caso de Talaíde. Ora quem mandou fazer uma peça daquele tamanho e transportá-la a uma considerável distância, teria que ser alguém de grandes posses. Encomendar um sarcófago para sepultar um defunto que muito amara não era para todos na época daí a raridade dos sarcófagos a que temos de juntar as questões das tradições e das convicções religiosas de quem encomendou o sarcófago.

Guilherme Cardoso (https://www.facebook.com/guilherme.cardoso1?epa=SEARCH_BOX)

13-07-2020

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Texto da autoria e imagem do arquivo de Guilherme Cardoso

Nos anos 40 a comissão fabriqueira da igreja dos navegantes de Cascais decidiu terminar as torres sineiras que ficaram inacabadas durante pelo menos dois séculos.
Foi montado um estaleiro junto à igreja onde canteiros da região lapidaram as cantarias que revestes e decoram os campanários.

D. António de Castelo Branco, registou o momento em que um velho canteiro da localidade de Galiza, lapidava um bloco de lioz branco da região, a maceta e escopro de dentes, dando-lhe a forma de cruz que actualmente encima o frontão do templo.

Guilherme Cardoso (https://www.facebook.com/guilherme.cardoso1?epa=SEARCH_BOX)

11 Julho 2014

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Texto e recolha de imagens da autoria de Guilherme Cardoso

A Casa Chã. Um olhar de etnoarqueólogo sobre o Distrito de Lisboa – III

Nascemos em casa alheia,
crescemos em casas alheias,
vivemos em casas alheias
e morremos em casa alheia.
G. C. 16/11/2005

A habitação é aquilo que se pode considerar o palácio dos seus moradores, onde estes são Reis.
Podem ser mais ou menos ricas construídas segundo gosto vernáculo (popular) ou de arquitecto (erudito).
De entre as habitações com modelos mais simples temos a de um piso ou a casa chã por ser baixa. As dimensões variam como se pode ver nas imagens que apresentamos.

Por influências de gostos cultos observa-se que até estas casas chã sofreram alterações estéticas durante a terceira e quarta década do século XX. Verifica-se que houve preocupação maior nos elementos de cantaria principais como foi o caso dos lintéis e ombreiras de portas e janelas.

Passou-se a usar o tijolo de dois furos em detrimento da pedra tão comum no concelho.

Guilherme Cardoso (https://www.facebook.com/guilherme.cardoso1?epa=SEARCH_BOX)

25 Junho 2020

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