Personalidades


Foi publicado este mês de janeiro, pela Câmara Municipal de Oeiras, novo episódio do podcast Conversa Desfiada #5 com a colaboração de mais um associado da Espaço e Memória – o arquitecto Rodrigo Dias.

«Este é o seu podcast sobre as vivências e a identidade de Oeiras! O dever de não esquecer é extensível a todo o legado histórico – o trabalho da memória. afirmou o filósofo francês Paul Ricoeur. Partindo duma conversa com memórias e sobre as vivências de Oeiras, pretende-se abordar espaços do nosso património, imaginário coletivo, efemérides e personalidades marcantes que, no seu conjunto, concorrem para a construção da identidade de Oeiras.

Faça parte desta conversa e siga-nos nesta Conversa desfiada! O quinto convidado do Conversa Desfiada é Rodrigo Dias. Uma longa conversa à volta das nossas paisagens naturais e urbanas, sítios e jardins históricos e a paisagem como uma faceta menos conhecida do nosso património. O entusiasmo pela História, pelas Belas Artes e pelos Jardins, traçaram-lhe o caminho para a Arquitetura Paisagista. Rodrigo Alves Dias colaborou com a autarquia de 1979 a 2019, onde se bateu pela defesa e preservação de importantes espaços do nosso património paisagístico.»

Read More

Conforme se respiga da apresentação do «podcast» emitido, no corrente mês de Setembro, pela Câmara Municipal de Oeiras e que, com a devida vénia, aqui reproduzimos:

«(…) O dever de não esquecer é extensível a todo o legado histórico – o trabalho da memória. afirmou o filósofo francês Paul Ricoeur. Partindo duma conversa com memórias e sobre as vivências de Oeiras, pretende-se abordar espaços do nosso património, imaginário coletivo, efemérides e personalidades marcantes que, no seu conjunto, concorrem para a construção da identidade de Oeiras. Faça parte desta conversa e siga-nos nesta Conversa desfiada!

O Historiador de Arte José Meco é o nosso convidado desta Conversa Desfiada – um oeirense que cedo despertou o seu interesse e olhar para o património artístico que o rodeia e ao qual tem dedicado grande parte da sua vida a estudá-lo e a valorizá-lo. Tem sido alvo da sua particular atenção e interesse o azulejo, reconhecido internacionalmente como um dos grandes especialistas nesta singular forma de criação artística, mas também noutros domínios. Exerce presentemente a função de vice-presidente da Espaço e Memória – Associação Cultural de Oeiras, onde se tem debatido pela defesa e preservação do património de Oeiras. Um desfiar de histórias e de memórias é a proposta que lhe fazemos».

Divulgamos, também, a opinião do Professor Vítor Serrão sobre José Meco, em comentário ao presente «podcast»:

Read More

Os Prémios do Património Cultural Europeu, anunciados esta terça-feira, consagraram o arqueólogo Cláudio Torres como “champion” (defensor ou paladino, em tradução portuguesa) do património.

O prémio ao fundador do Campo Arqueológico de Mértola foi um dos quatro que Portugal conseguiu na edição deste ano.

Breve apontamento biográfico:

Nascido em 1939. Fundador e Diretor do Campo Arqueológico de Mértola, do Museu de Mértola e da revista “Arqueologia Medieval”. Doutor “honoris causa” pela Universidade de Évora (2001). Prémio Pessoa 1991. Em 1993 foi investido pelo Presidente da República com a Grã Cruz da Ordem do Infante D. Henrique. Desde 2006, membro do Concelho Consultivo do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (DGPC). Entre 1974 e 1986, docente na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Entre 1986 e 1996, chefe da Divisão Sociocultural da Câmara Municipal de Mértola. Entre 1996 e 2002 (data da sua reforma), diretor do Parque Natural do Vale do Guadiana. Em 2001 Representante de Portugal no Comité do Património Mundial da UNESCO. Entre 1996 e 2007, Presidente da Comissão Nacional Portuguesa dos Monumentos e Sítios – ICOMOS. Entre 2004 e 2012, Coordenador Nacional da Rede Portuguesa da Fundação Anna Lindh. (in https://ceaacp.uc.pt/investigadores/claudio-torres/).

Com a devida vénia e pelo interesse e afecto manifesto do artigo de Luís Osório sobre o tema, reproduzimos o conteúdo do seu «Postal do Dia»:

O arqueólogo Cláudio Torres é um pássaro sem uma asa

1.
O arqueólogo Cláudio Torres recebeu mais um prémio internacional.

Defensor do património, guerrilheiro da memória, não desistente, corajoso… extremamente corajoso…, utópico.

Como se pode ser utópico tendo deixado de acreditar na utopia?

A partir de certa altura focamo-nos nos paradoxos, no que em nós é difícil de explicar, porventura será nisso que pensa quando, de mãos nos bolsos, passeia pelo seu campo arqueológico de Mértola; uma verdadeira cidade, um mundo que escavou para que pudéssemos melhor compreender o passado e não
nos escapasse a capacidade de sonhar.

2.
O pequeno Cláudio, nascido na Beira Alta entre montanhas e frio, desejava sair e conhecer o país e os países, compreender por que raio os pobres eram sempre pobres e os ricos sempre ricos, revoltou-se com o estado de coisas, tornou-se comunista.

Pagou com língua de palmo.

Na prisão.
Em torturas.
Em humilhações.

E a Manuela sempre presente, a sua única namorada, a pessoa que o viu jovem e idealista a esbracejar com o fascismo.

Que se orgulhou por saber que fugira da prisão num barquinho de recreio – os pides não davam nada pelos intelectuais, mas o Cláudio era valente, tinha no sangue o ar da serra, a dureza das casas e da ausência de futuro.

A Manuela que fugiu com ele para Paris.

Que viu a sua desilusão com o comunismo após uma visita à Roménia de Ceausescu.

Que regressou com ele a Portugal depois do 25 de Abril.

Que fez uma carreira brilhante como filóloga, decisiva na investigação e reconhecimento do mirandês como língua oficial.

A Manuela que depois da reforma de professora correu para o campo de Mértola por ser o país dos dois, a sua casa comum.

3.
A Manuela partiu o ano passado.

E o professor caminha agora todos os dias pelos campos arqueológicos de Mértola como se fosse um pássaro ferido, um pássaro desasado, pensativo e entre paradoxos, talvez um bocadinho perdido e na expetativa de um reencontro numa escavação final.

Cláudio Torres ganhou mais um prémio internacional. Conquistou muitos.

(O Prémio Pessoa, por exemplo)

É um dos melhores portugueses.

O único que inventou um país paralelo. Um país que fez nascer debaixo de Mértola.

Um país que é hoje visitado por gente de todo o mundo.

E por ele, todos os dias.

De mãos nos bolsos e à procura da Manuela que um dia reencontrará nos subterrâneos onde a vida acontece de outra maneira.

Que seja daqui a muitos anos, caro professor.

A Manuela não se importará de esperar e… aposto… por esta altura já deve estar bastante ocupada a estudar a língua que se fala num lugar impossível de encontrar em vida.

Mesmo que seja um grande arqueólogo a procurar.

LO

Read More

No dia 17 de Dezembro (sábado), pelas 15:30 horas, no auditório da Casa da Malta e integrada na rubrica À Conversa com… na Casa da Malta, teremos a presença do nosso associado Henrique SerucaMédico, Refugiado Político e Escritor Percurso de vida e obras, conversa desenvolvida com Joaquim Boiça e Margarida Farrajota.

Esta iniciativa conta com o apoio da Câmara Municipal de Oeiras.

Read More

Numa parceria entre a MAPA – Associação Cultural e a Espaço e Memória – Associação Cultural de Oeiras, No ano em que passam 40 anos sobre a sua morte e 80 sobre o seu nascimento, realizaremos uma sessão evocativa e de homenagem a Adriano Correia de Oliveira.

Esta sessão terá lugar na nossa sede (Rua dos Lagares da Quinta – Casa da Malta, em Oeiras), no próximo dia 27 de Novembro (domingo), com início às 17 horas, e contará com a presença de João Paulo Oliveira (canto) e Jorge Castro (poesia).

(Porto, 9 de abril de 1942 — Avintes, 16 de outubro de 1982)

Biografia de Adriano Correia de Oliveira (in https://pt.wikipedia.org/wiki/Adriano_Correia_de_Oliveira)

Biografia
Filho de Joaquim Gomes de Oliveira e da sua mulher, Laura Correia, Adriano mudou-se para Avintes ainda com poucos meses de vida. Criado numa família profundamente católica, a infância de Adriano Correia de Oliveira é marcada pelo ambiente que descreverá mais tarde como «marcadamente rural, entre videiras, cães domésticos e belas alamedas arborizadas com vista para o rio [Douro]».

Após concluir os estudos secundários, no Liceu Alexandre Herculano, no Porto, Adriano Correia de Oliveira matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, em 1959. Durante os anos passados em Coimbra, tem uma intensíssima participação no meio cultural e desportivo ligado à academia. Viveu na Real República Ras-Teparta, foi solista no Orfeon Académico, membro do Grupo Universitário de Danças e Cantares, ator no CITAC, guitarrista no Conjunto Ligeiro da Tuna Académica e jogador de voleibol na Briosa.

Na década de 1960 adere ao Partido Comunista Português, envolvendo-se nas greves académicas de 62, contra o salazarismo. Nesse ano foi candidato à Associação Académica de Coimbra, numa lista apoiada pelo MUD.

Data de 1963 o seu primeiro EP, Fados de Coimbra. Acompanhado por António Portugal e Rui Pato, o álbum continha a interpretação de Trova do vento que passa, poema de Manuel Alegre, que se tornaria uma espécie de hino da resistência dos estudantes à ditadura. Em 1967 gravou o álbum Adriano Correia de Oliveira, que, entre outras canções, tinha Canção com lágrimas.

Em 1966 casa-se com Maria Matilde de Lemos de Figueiredo Leite, filha do médico António Manuel Vieira de Figueiredo Leite (Coimbra, Taveiro, 11 de outubro de 1917 – Coimbra, 22 de março de 2000) e da sua mulher Maria Margarida de Seixas Nogueira de Lemos (Salsete, São Tomé, 13 de junho de 1923), depois casada com Carlos Acosta. O casal, que mais tarde se separaria, veio a ter dois filhos: Isabel, nascida em 1967 e José Manuel, nascido em 1971.

Chamado a cumprir o Serviço Militar, em 1967, Adriano Correia de Oliveira ficaria a uma disciplina de se formar em Direito. Ainda em 1969 vê editado o álbum O Canto e as Armas, revelando, de novo, vários poemas de Manuel Alegre. Pela sua obra recebe, no mesmo ano, o Prémio Pozal Domingues. Lança Cantaremos, em 1970, e Gente d’aqui e de agora, em 1971, este último com o primeiro arranjo, como maestro, de José Calvário, e composição de José Niza.

Em 1970, já licenciado da tropa, decide trocar Coimbra por Lisboa, e vai exercer funções no Gabinete de Imprensa da FIL – Feira Industrial de Lisboa, até 1974. Em 1973 lança Fados de Coimbra, em disco, e funda a Editora Edicta, com Carlos Vargas, para se tornar produtor na Orfeu, em 1974.

Com a Revolução dos Cravos, Adriano Correia de Oliveira está entre os fundadores da Cooperativa Cantabril. Em liberdade, esteve envolvido na organização de centenas de iniciativas do PCP em todo o país, nas quais tocou. Integra o Comité Organizador da Festa do Avante! do PCP desde a primeira edição, ao qual pertenceria até à sua morte.[1]

Em 1975 lança Que nunca mais, onde se inclui o tema Tejo que levas as águas. A revista inglesa Music Week elege-o Artista do Ano. Em 1980 lançaria o seu último álbum, Cantigas Portuguesas, ingressando no ano seguinte na Cooperativa Era Nova, em rutura com a Cantabril.

Vítima de uma hemorragia esofágica, morreu na quinta da família, em Avintes, nos braços da sua mãe.

Reconhecimento
A 24 de setembro de 1983 foi feito Comendador da Ordem da Liberdade e a 24 de abril de 1994 foi feito Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, ambas as condecorações a título póstumo.[2]

Lisboa, Avintes, Charneca da Caparica, Vila Nova de Gaia, Samora Correia, Almada, Barreiro, Grândola, Montijo e Fânzeres (concelho de Gondomar) são algumas das localidades portuguesas em que o seu nome faz parte da toponímia. [3]

Discografia:

Álbuns
1967 – Adriano Correia de Oliveira (LP, Orfeu, XYZ 104)
1969 – O Canto e as Armas (LP, Orfeu, STAT 003)
1970 – Cantaremos (LP, Orfeu, STAT 007)
1971 – Gente de aqui e de agora – LP STAT 010)
1975 – Que nunca mais (LP, Orfeu, STAT 033)
1980 – Cantigas Portuguesas (LP, Orfeu, STAT 067)
Compilações
1973 – Fados de Coimbra
1982 – Memória de Adriano
1994 – Fados e baladas de Coimbra
1994 – Obra Completa
1995 – O Melhor dos Melhores
2001 – Vinte Anos de Canções (1960-1980)
2007 – Obra Completa
Singles e EP
Noite de Coimbra (EP, Orfeu, 1960) [Fado da Mentira/Balada dos Sinos/Canta Coração/Chula] Atep 6025
Balada do Estudante (EP, 1961) [Fado da Promessa/Fado dos Olhos Claros/Contemplação/Balada do Estudante] Atep 6033
Fados de Coimbra (EP, 1961) [Canção dos Fornos/Balada da Esperança/Trova do Amor Lusíada/Fado do Fim do Ano] Atep 6035
Fados de Coimbra (EP, 1962) [Minha Mãe/Prece/Senhora, Partem Tão Tristes/Desengano] Atep 6077
Trova do vento que Passa (EP, 1963) [Trova do Vento que Passa/Pensamento/Capa Negra, Rosa Negra/Trova do Amor Lusíada] Atep 6097
Adriano Correia de Oliveira (EP, 1964) [Lira/Canção da Beira Baixa/Charama/Para que Quero Eu Olhos] Atep 6274
Menina dos Olhos Tristes (EP, 1964) [Menina dos Olhos Tristes/Erguem-se Muros/Canção com Lágrimas/Canção do Soldado] Atep 6275
Elegia (EP, 1967) [Elegia/Barcas Novas/Pátria/Pescador do Rio Triste] Atep 6175
Adriano Correia de Oliveira (EP, 1968) [Para que Quero Eu Olhos/Canção da Terceira/Sou Barco/Exílio] Atep 6197
Rosa de Sangue (EP, Orfeu, 1968) Atep 6237
Cantar de Emigração (EP, Orfeu, 1971) Atep 6400
Trova do Vento Que Passa n.º2 (EP, Orfeu, 1971) Atep 6374
Lágrima de Preta (EP, Orfeu, 1972) Atep 6434
Batalha de Alcácer-Quibir (EP, Orfeu, 1972) Atep 6457
O Senhor Morgado (EP, Orfeu, 1973) Atep 6542
A Vila de Alvito (EP, Orfeu, 1974) Atep 6588
Para Rosalía (EP, Orfeu, 1976) Atep 6604
Notícias de Abril (Single, Orfeu, 1978) [Se Vossa Excelência…/Em Trás-os-Montes à Tarde] KSAT 633

Read More

No próximo dia 21 de Junho, na sede da Espaço e Memória (Rua dos Lagares da Quinta, em Oeiras), com recepção a partir das 17h30 e início da sessão pelas 18 horas, Graça Patrão falar-nos-á da juventude do poeta José Carlos Ary dos Santos.

Ary é muito conhecido pelos poemas da maturidade.
No entanto, aos 15 anos, escreveu um livro ASAS que anuncia já nesta idade valores espirituais de amor, fraternidade e paz universal. Mas também encontramos referências a sentimentos como alegria e tristeza.
Estes elementos ligam-se a uma influência religiosa adquirida a partir da infância, dando-nos uma harmonia poética perfeita, como vemos no poema PANTEISMO. Neste poema Ary utiliza palavras como: de mãos postas – adoro – altar – comungando – rezo alma e Deus. No entanto, estas palavras que têm um carácter religioso, unem-se a elementos da natureza, oferecendo-nos este magnífico poema.

Graça Patrão

A entrada é livre. Contamos convosco.

Read More