Texto de autor


Autora: Fátima Camilo

ÀS VEZES SONHO COM O MAR

Era uma vez um pequeno Grão de Areia que vivia numa praia que tinha uma fortaleza, surfistas e outros atletas, muitas pessoas a andar de um lado para o outro e até um farol lá ao longe.

Muitas vezes o Grão de Areia pensava se era realmente bom viver ali. Afinal nunca tinha sossego, nem de noite nem de dia, ora por causa das pessoas que andavam sempre a pisá-lo, ora por causa das ondas que não o deixavam dormir.

Já várias vezes lhe tinha passado pela cabeça mudar-se para outro sítio, mas nunca tinha viajado e por isso não sabia se o outro sítio era longe ou perto, nem quanto tempo demorava a chegar lá.

Na verdade também não tinha relógio. Sabia apenas que havia dia e noite. Que o Sol não estava sempre no mesmo sítio e que a Lua não era sempre igual.

Um dia estava o Sol já perto do forte, quando um surfista começou a despir o fato que tinha usado para escorregar nas ondas. Num repente o Grão de Areia decidiu que aquele era o momento para experimentar sair dali e ir para o tal sítio. Escondeu-se muito bem na bainha da manga do fato e apesar de ter estado prestes a dar uns valentes trambolhões de cada vez que o surfista sacudia a areia do fato, lá conseguir escapar e começou a sua
primeira viagem.

Era tudo novidade!

De repente o surfista parou. O Grão de Areia preparava-se para espreitar a sua nova morada, quando começou a ouvir barulho e a sentir a manga a ficar ensopada. Nem ele sabe como conseguir resistir a tamanha tromba de água.

Quando finalmente espreitou para perceber onde estava, olhou e viu lá ao fundo o mar, o forte e o farol. Percebeu então que estava no duche da praia. Até agora só conhecia este lugar pelo barulho que ouvia da água, sobretudo à noite, quando os forasteiros abriam a torneira e o acordavam.

Depois desta enxurrada fez-se silêncio.

Teria acabado a viagem? O melhor era manter-se na bainha e aguardar…

Num gesto brusco, o fato que entretanto estava escorrido, foi dobrado e guardado num saco.

Não tem graça nenhum estar num sítio que se mexe, que é escuro e não tem ar. Ainda por cima esta mudança de sítio é mais longa. Parece que nunca mais acaba.

Para quem nunca tinha feito uma viagem, andar assim tanto tempo, mal instalado e ansioso, não é fácil e pior ainda para quem sempre viveu ao ar livre e agora nem sabe tão-pouco por onde está a passar…

O Grão de Areia já estava a admitir que não devia ter-se metido nesta aventura, mas agora não havia nada a fazer.

Um estrondo! Um valente safanão! Vozes de pessoas, uns sons que parecem de animais… e ele que só conhecia o som das gaivotas e dos golfinhos…

Finalmente saiu do escuro. Ainda havia Sol, mas por precaução continuava dentro da bainha.

Fez-se silêncio. Era altura de tentar sair do esconderijo. Espreitou e apesar de estar um pouco longe do chão, arriscou saltar.

Olhou em volta. Era tudo novo. O sítio, não era como o Grão de Areia imaginava. Na verdade, ele não tinha formulado nenhuma ideia concreta. Só sabia, de ouvir dizer, que sítio era uma coisa que existia, agora se era
belo ou feio, se tinha cor, se era silencioso ou barulhento… não sabia mesmo nada.

Nesta mistura de entusiasmo e receio, ouviu algo que não conhecia e num ápice ficou literalmente esborrachado por algo quente e peludo.

Susteve a respiração e ficou ali mudo e quedo….Assustado e cansado, adormeceu!

Nunca tinha dormido tão quente. Nem nas noites de Verão, mesmo aquelas em que não corre uma aragem.

Aquilo que apareceu sabe-se lá de onde, saiu finalmente de cima do Grão de Areia.

Silenciosamente abriu os olhos e viu a Lua. Devia continuar a dormir, mas faltava-lhe o embalo das ondas. Foi uma noite e claro!

Quando o Sol nasceu, ensonado e triste, pensou no seu mar de prata. No
farol de pedra branca que brilhava ainda mais nas manhãs límpidas, mas
tinha escolhido sair da praia e tinha de viver com essa realidade.

Todos os dias o fato saía do estendal. E todos os dias o Grão de Areia imaginava a mesma rotina. Vai ao mar, sai do mar, sacode, passa por água, viaja sem luz e sem ar, estende e seca ao luar…

Os dias não tinham nada de novo. Não havia por ali gente, nem atletas, nem a água daquele chuveiro que o acordava de noite.

Estava na hora de tentar regressar à sua praia, de onde nunca devia ter saído. Era preciso encontrar um plano, porque agora no chão, como iria saltar para o seu esconderijo?

Há já algumas luas e sóis que o fato estava ali pendurado sem sair do sítio, o que era muito estranho!

Num final de tarde, lá vinha ele. O surfista vinha ao telefone com alguém… Ouvi-o dizer que estava triste por não poder ir para o mar, que havia um vírus e que era proibido andar na praia, mas que acatava e ficava em casa. Por muito que lhe custasse, ficava e pronto!

Nada naquela conversa fazia sentido para o Grão de Areia, que vivia há uma eternidade na praia e que nunca se constipou nem ficou doente. Muito menos ouviu falar de vírus. Pelo areal e pela beira-mar, as únicas coisas menos boas de que se fala, são as alforrecas, as caravelas portuguesas, o peixe-aranha e o camião que limpa e alisa a areia, mas que invariavelmente o deixava sempre fora do seu lugar.

Era cada vez mais penoso dormir. Não era o único. O surfista também não conseguia e por essa razão vinha muitas vezes dar umas voltas ao sítio. Andava de um lado para o outro inquieto, nervoso, triste. Às vezes via-o chorar e chorava com ele.

Estavam ambos no sítio, impedidos de sair dali, sem poder ver o mar. O Grão de Areia, no pouco tempo que dormia, sonhava…Sonhava que um dia ia conseguir saltar de novo para o esconderijo para fazer a viagem de regresso à sua praia, de onde via a fortaleza, o farol, o Sol e a Lua.

E sonhava tão alto, que até o pólen das flores que viviam no terraço o ouviam dizer:

Juro que nunca mais me vou aborrecer com o barulho da água que me acorda, nem com o frenesim das pessoas, nem com as ondas agitadas. Vou valorizar ainda mais o meu modesto viver, o meu espaço, os meus vizinhos grãos que são tantos e a quem eu pouca importância dei toda a minha vida, vou apreciar mais a brisa, o despertar do dia e o entardecer, o vozeirão do vendedor das bolas, os gritos das crianças…

Às vezes todos sonhamos com o mar.

Fátima Camilo

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Autor: Jorge Castro

UM DIA DE COVID NA PRAIA

Fontes geralmente desinformadas confidenciaram-me que o covidamento nas praias vai ser assim:

1 – Cada autarquia que contenha espaços balneares vai providenciar a divisão do areal em talhões numerados.

2 – Serão estabelecidas bancas, protegidas por forças policiais, numa entrada determinada de cada praia, que fornecerão as senhas de acesso para cada cidadão, a partir das 8 horas da manhã.

2.1 – Admite-se que as autarquias mais pobres permitam o acesso gratuito, enquanto as mais abonadas (Cascais, Oeiras, etc.,) possam vir a cobrar até 500 € por pessoa, a determinar pela autarquia, como fundo a reverter a favor da aquisição de luvas e de máscaras para os pobrezinhos do respectivo concelho.

2.2 – Também competirá às autarquias a definição de preços diferenciados consoante o talhão se encontre mais próximo ou mais afastado do mar e da hora do dia.

3 – Quando todos os talhões estiverem preenchidos, os restantes interessados ficam em fila de espera.

4 – Sempre que um cidadão abandonar a praia, devolve a sua senha e será anunciado em altifalantes para o efeito qualquer coisa como: – Tendo abandonado o espaço balnear o cidadão com a senha 73, chamamos o cidadão com a senha 478, que poderá ocupar o talhão 95, junto ao mar… Deve acautelar os seus pertences, pois a maré está a encher…

5 – Quem tiver crianças deverá requerer uma senha específica para espaços (talhões) destinados a fazer castelos na areia.

6 – Almoços na praia com mais de duas pessoas em talhões contíguos estão interditos.

7 – Haverá funcionários de praia que permitirão o acesso aos banhos de mar em grupos de um máximo de 10 pessoas de cada vez, devidamente distanciados por cerca de 15 metros entre cada participante.

7.1 – É absolutamente interdito urinar no mar por óbvios riscos de contágio.

8 – É obrigatório o uso de máscara e de luvas durante o tempo de ocupação balnear.

8.1 – No final da época, haverá um concurso de caras marcadas pela máscara, sendo atribuído um prémio especial, a nível nacional, a quem ficar mais parecido com um guaxinim.

  • Jorge Castro – 23 de Abril de 2020
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Autor: Henrique Seruca

Albertina, a discreta heroína

Albertina tinha mais de cinquenta anos, na década de sessenta do século passado. Vivia no Porto, na rua Aires de Ornelas, do lado esquerdo quando se desce a rua em direcção à Av. Fernão de Magalhães, perto da casa de meus pais. Era viúva e a sua filha única abandonara duas crianças aos cuidados da avó. Albertina não sabia ler nem escrever, mas era habilidosa de mãos e muito esperta. Para sobreviver e criar os netos, deitou mão à obra.
A casa dela era um corredor, com a porta da rua num extremo, e uma janela, no outro extremo. Perto da janela tinha uma mesinha e três bancos. Sobre a mesa um fogareiro a petróleo, para cozinhar para ela e para os netos, três pratos, três malgas e alguns talheres. Na parede, três ou quatro tachos de vários tamanhos, por cima de uma torneira. A meio do corredor tinha uma cama de ferro, onde dormia com a neta. Por cima desta cama tinha colocado outra cama de ferro, como beliche (feito por ela), onde dormia o neto. Casa de banho não existia. Uma pia de despejos, no chão, junto da janela, servia de retrete. A cara era lavada num alguidar, que também servia para lavar a loiça. O banho semanal era tomado num grande alguidar de folha de Flandres.
Todas as noites, mal acabava de engolir um parco jantar com os netos, metia-os na cama e ia dar uma volta pelas redondezas, à procura de guarda-chuvas partidos, deitados ao lixo. Quando os encontrava, se o pano estivesse bom, levava o guarda chuva inteiro. Se o pano estivesse roto, arrancava-o e levava para casa a haste e as varetas. Depois, pacientemente, desmontava as varetas em bom estado, que guardava num molho. Quando as hastes de madeira eram aproveitáveis, também as guardava. O resto, ia para o lixo.
De manhã cedo, dava um copo de leite e uma bucha de pão a cada neto, levava-os à escola e regressava a casa. Metia o molho de varetas debaixo do braço e levava nas mãos um rolo de arame fininho e um alicate. Pelas ruas ia anunciando: “Arranjo de guarda-chuvas!”. Quando alguém lhe entregava um guarda-chuva para arranjar, ela sentava-se no chão, descalçava as socas e largava o xaile, para ficar mais à vontade. Desmontava as varetas partidas, selecionava outras do mesmo tamanho no molho que trazia, e fazia a reparação. Cobrava “duas coroas”, ou seja, dez tostões, por cada vareta substituída – o suficiente para comprar um chicharro. Era pouco, mas melhor do que nada. Mas o que arrecadava numa semana, não chegava para sustentar os netos. Tinha de encontrar outro complemento financeiro.
Como o corredor, que era a sua casa, tinha um bom pé direito, pensou numa solução para melhorar a sua difícil situação económica. À entrada da porta construiu um estrado, com balaustrada, onde colocou duas camas de ferro estreitas, em linha. Por baixo de cada cama, colocou um penico. O acesso era feito por um rudimentar escadote de madeira. As duas camas do estrado foram alugadas a jovens operários de fracos recursos financeiros, que lhe pagavam alguns escudos por mês. De noite, pelo sim, pelo não, Albertina tirava o escadote, que recolocava de manhã cedo. E por baixo da saída do estrado, a substituir o escadote, tinha o cuidado de colocar um grande molho de varetas, ao alto. Se alguém tentasse descer, seria irremediavelmente espetado por aqueles ferros aguçados.
E assim ia criando os netos. Era uma mulher fora de série.
Diz o povo: “não há mal que sempre dure”, e assim foi com Albertina. Mas isso é outra história…

Henrique Seruca

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Autor: Joaquim Boiça

Abril corre atrás de Maio
Ao Rui Pinto, com um abraço

Abril corre atrás de Maio, de um mês qualquer por vir, na vontade que todos une de se expiar a sombra que nos persegue e separa. À distância, pressentimos o que antes vigorava o dia-a-dia, do simples gesto de proximidade ao calor da troca de um abraço ou de um beijo. Estará para breve, seja esse o tempo que for, o rompimento da teia invisível que nos amarra. E no entretanto, nesse intervalo de vida que nos tolhe, o que fazer quando a necessidade se torna absoluta de querer estar com quem se quer estar, ou de se dizer adeus, não até breve, mas até sempre?
Hoje morreu um amigo, de há muito. Lutou o que foi possível lutar, hora após hora, durante anos. Soçobrou no limite das forças que reuniu para um combate que não venceu, no meio de um outro em que todos somos compulsivamente soldados, despidos de farda, de arma que seja, apartados estando, sem espírito de corpo ou forma gregária, antes cada um por si para salvaguarda do outro. Estranha forma de estar, que corrompe a essência do que somos.
O Rui partiu numa viagem de ida que todos faremos. Nesta escrita de ausência, amigo, abraço-te, como sempre abracei, dando corpo ao instinto de sentir o que anima o ser, incondicionalmente, e lembro-te, como sempre lembrarei, até um reencontro em latitude incerta.

Oeiras, 20 de Abril de 2020,
Joaquim Boiça

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Autor: Henrique Seruca

Marmelada

Gostei sempre de marmelada. Falo da que é feita com marmelos, de preferência em casa. No entanto…

Há cinquenta anos, alguém me disse ter visto duas camas de bilros, do século XVII numa aldeia de Trás-os-Montes, na serra de Barroso. Segundo a informação, a dona queria vendê-las. Como eu apreciei sempre as coisas antigas, fiquei desejoso de ver as camas e, com sorte, comprá-las por bom preço.

Como não tinha carro, pedi emprestado o automóvel da minha sogra e, num fim de semana, e lá fui eu a caminho da dita aldeia, acompanhado pela minha mulher. Passei por Mondim de Basto, Ribeira de Pena, eu sei lá quantas terras. A certa altura a estrada deixou de ser alcatroada. O piso era de terra batida. Destemidamente, lá fui por entre a muita poeirada levantada pelo carro, até que me deparei com um enorme pedregulho que aflorava quase no meio do caminho, numa encruzilhada. Impossível passar com o carro, tanto mais que se avistavam, mais à frente, consideráveis covas. Ao longe avistavam-se os telhados da aldeia, como pontinhos no fundo de um vale profundo. Não havia outro remédio, tínhamos de seguir a pé e descer o monte.

Enquanto hesitávamos, pelo outro caminho da encruzilhada chegou até nós um grupo de crianças, umas seis ou sete, em idade escolar. Pés descalços, roupa remendada, sacola de pano a tiracolo. Saudaram-nos alegremente e nós retribuímos.

“O que fazem vocês aqui?”, perguntei eu.

“Vimos da escola e vamos agora para casa” – respondeu um dos petizes.

“Na vossa aldeia não há escola?” – perguntei eu, novamente”.

“Não senhor, a escola fica a seis quilómetros de casa” – retorquiu o miúdo.

Já não quis saber mais nada. Se aquelas crianças eram capazes de percorrer aqueles péssimos caminhos, desabrigados e descalços, à ida e à volta, eu não devia ter dificuldade em chegar à aldeia e regressar. E abalámos todos juntos, encosta abaixo.

Quase uma hora depois chegámos ao povoado. Casas de pedras nuas, com portas e janelas decrépitas, muito modestas. Eu e a minha companheira estávamos derreados. Os miúdos frescos como se tivessem acabado de sair da cama.

Indicaram-nos a morada onde estariam as tais camas. Batemos à porta e veio abrir uma simpática velhinha, de cabelos cor de cinza, vestida de negro.

“Sejam muito bem-vindos, façam o favor de entrar. Se vêm ver as camas, estão lá em cima” – esclareceu a anciã.

Subimos ao primeiro andar por uma fria escada de pedra e entrámos numa sala com uma grande e velha mesa de castanho e algumas cadeiras a pedirem conserto.

“Antes de irem ver as camas, façam o favor de se recomporem da caminhada. Vejo que estão cansados” – comentou a dona da casa.

Enquanto falava a velhinha pôs na mesa um canjirão de vinho caseiro, dois copos, dois pratos e facas, um naco de broa e uma malga de uma mistela compacta com vários tons de castanho.

“Esta marmelada é feita por mim. Desculpem, mas é casa de pobres e não tenho mais nada para vos oferecer. Façam o favor de comer qualquer coisa” – e foi pondo um grande naco da tal pasta em cada prato e encheu os copos com vinho.

“Se me derem licença eu vou arrumar o quarto, para verem as camas. Sirvam-se à vontade” – e abalou para o interior da casa.

A broa era compacta, mas aceitável. O vinho era ácido mas, com esforço, conseguia-se beber. O pior foi a dita marmelada. Era simplesmente intragável, verdadeiramente nauseabunda. Até o estômago se virava do avesso. O problema era grave, pois não se podia ter a indelicadeza de recusar uma oferta tão generosa, dada com o coração por aquela querida velhinha.

Troquei um olhar com a minha mulher, que quase vomitava, e decidi rapidamente. Peguei nos dois nacos de marmelada e estampei-os por baixo do tampo da mesa. A massa era tão pegajosa, que lá ficou presa e escondida, suponho que para sempre.

Entretanto regressava a dona da casa.

“Que bom, vejo que gostaram da marmelada e comeram tudo. Querem mais um bocado?”

Estremeci com verdadeiro terror.

“Muito obrigado, era muito boa (menti eu caridosamente), mas vamos jantar mal regressemos, daqui a pouco. Estamos satisfeitos” – apressei-me a responder.

Fomos ver as camas. Eram dois catres de castanho, mal-amanhados e apenas velhos, sem qualquer interesse. Agradecemos a hospitalidade e abalámos penosamente monte acima, até ao carro, que alcançámos ao cair da noite.

Estávamos tão cansados que já não tive coragem de regressar ao Porto. Nessa noite não jantámos e dormimos no carro, em plena estrada de terra batida, ainda com o horrível gosto da suposta marmelada a provocar pesadelos, e a rogar pragas a quem, maliciosamente, me tinha dado uma informação falsa sobre as camas.

Acordámos manhã cedo, com o chilrear das crianças que seguiam para escola, em alegre brincadeira.

Henrique Seruca

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Autor: Manuel Rodas

Bendito vírus!

Aproxima
Afasta
Limpa
Protege
Oculta
Tira
Despe
Esfrega
Mete
Lava
Seca
Salva
De costas
De frente
Tira
Introduz
Puxa
Cuidado
Por baixo
Por cima
Devagar
Escuda
Por dentro
Por fora
Enfia
Tira
Saca
Atenção
Nas extremidades
Mantém
Lava
Protege
Preserva
Escuda
Mete
Tira
Arranca
Cuidado
Nas bordas
Pela frente
Por trás
Abre
Fecha
Lava
Mete
Arranca
Fecha a boca
Com o dedo não
Cuida
Agasalha
Sustenta
Nas margens
Retira
Mete
Esfrega
Lava
As extremidades
Descalça
Sustenta
Estimula
Em cima
Em baixo
Abre
Fecha
Lava
Esfrega
….bendito vírus!

Manuel Rodas

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